Câmara tenta novo voto secreto para aprovar processos contra deputados

A Câmara deve realizar nesta quarta-feira (17) uma nova votação para decidir se as eleições para abertura de processos criminais contra deputados, principal ponto da PEC da Blindagem, serão feitas de forma secreta.

O voto secreto estava previsto no texto original da PEC, porém o partido Novo solicitou uma votação separada sobre esse tema. Na votação anterior, apenas 296 deputados votaram a favor, número abaixo dos 308 necessários. Agora, líderes do Centrão trabalham para retomar essa questão por meio de uma emenda assinada pelas bancadas do PP, União Brasil, Republicanos, MDB, PL, PSDB, Avante e Podemos.

Segundo o texto aprovado, o voto também será sigiloso nas votações que decidirem sobre a manutenção ou não das prisões dos deputados.

Na manhã desta quarta, o relator da proposta, Cláudio Cajado (PP-BA), encontrou-se na residência oficial do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com líderes do Centrão para discutir o assunto.

Além da questão do voto secreto, outra pauta deve ser analisada hoje: um pedido para eliminar o foro privilegiado para presidentes de partidos, que está na versão atual do texto. Essa medida impacta diretamente 14 líderes partidários com assento no Congresso e deve gerar debate entre governistas e oposição.

A pressão exercida pelo Centrão já alterou a agenda da Câmara. A sessão, inicialmente marcada para a tarde, foi antecipada para a manhã. Paralelamente, deputados governistas pressionam pela aprovação da Medida Provisória do setor elétrico, que vence ao final do dia. Essa proposta, considerada prioridade pelo governo, visa diminuir o custo da conta de luz e aguarda também aprovação no Senado.

Enquanto isso, ainda não há definição sobre a negociação da anistia para os condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro. Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentavam votar a urgência da matéria hoje, mas ainda não houve consenso sobre qual versão do texto será adotada. A decisão ficará para a reunião de líderes prevista para o começo da tarde.