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Camboja acusa Tailândia de ataque em região com templos históricos
O governo do Camboja declarou nesta segunda-feira (15) que a Tailândia realizou bombardeios na província de Siem Reap, local dos renomados templos de Angkor, pela primeira vez desde a retomada dos conflitos na fronteira em 7 de dezembro.
De acordo com um comunicado do Ministério da Defesa do Camboja, “o Exército tailandês intensificou seus ataques, usando um caça F-16 para lançar duas bombas próximas a um campo de civis deslocados no distrito de Srei Snam”.
A Tailândia confirmou embates na região fronteiriça nesta segunda, mas não mencionou a província de Siem Reap.
O distrito de Srei Snam está situado a quase 70 km da fronteira em disputa e fica a menos de uma hora e meia de carro do conjunto de Angkor Wat, uma obra-prima da arquitetura Khmer e a principal atração turística do Camboja.
Pheaktra Neth, ministra da Informação do Camboja, condenou o ataque, afirmando que “a Tailândia violou normas internacionais ao bombardear áreas civis”.
O ministério também divulgou um vídeo mostrando alunos do distrito de Srei Snam fugindo após a aproximação das bombas lançadas perto de uma escola.
Segundo autoridades cambojanas, 12 civis perderam a vida desde o início dos confrontos entre os dois países do Sudeste Asiático, que vêm disputando territórios ao longo de uma fronteira de 800 quilômetros.
A Tailândia informou que 16 pessoas morreram nos combates, incluindo 15 soldados e um civil.
Ambos os países trocam acusações quanto à responsabilidade pelo início das hostilidades, que levaram cerca de 800.000 pessoas a se deslocarem em ambos os lados da linha de fronteira.
Conflitos anteriores entre Tailândia e Camboja causaram 43 mortes em julho e deslocaram 300.000 pessoas.
Estados Unidos, China e Malásia atuaram como mediadores para um cessar-fogo, e em outubro o presidente americano Donald Trump apoiou a assinatura de um acordo de paz.
No entanto, a Tailândia suspendeu o acordo no mês seguinte, após vários soldados serem feridos por minas terrestres na fronteira.

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