Conecte Conosco

Mundo

Camboja bloqueia passagem da fronteira com Tailândia após confrontos graves

Publicado

em

O Camboja bloqueou todas as passagens fronteiriças com a Tailândia no sábado (13), após Bangkok contestar a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou um cessar-fogo sobre os combates graves.

Os conflitos entre as duas nações do sudeste asiático, originados de uma antiga disputa pela demarcação colonial da fronteira de 800 km, resultaram no deslocamento de aproximadamente meio milhão de pessoas em ambos os lados.

Ao menos 25 pessoas faleceram nesta semana, incluindo quatro soldados tailandeses que, conforme informado pelo Ministério da Defesa, foram mortos na área da fronteira no sábado.

Esses últimos óbitos foram acompanhados pela decisão de Phnom Penh de suspender imediatamente todos os movimentos de entrada e saída em todas as passagens de fronteira entre Camboja e Tailândia, segundo o Ministério do Interior cambojano.

Ambos os países trocaram acusações mútuas pelo agravamento do conflito, antes de Trump anunciar que um cessar-fogo havia sido acertado.

O primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, declarou que Trump não indicou se um cessar-fogo deveria ser implementado durante a ligação telefônica de sexta-feira.

Segundo Anutin, o tema não foi discutido entre os líderes.

Por sua vez, Trump destacou a ótima conversa mantida com Anutin e o primeiro-ministro cambojano, Hun Manet, na mesma data.

“Eles concordaram em cessar todos os disparos a partir desta noite e retornar ao acordo de paz firmado em julho”, publicou Trump em sua plataforma Truth Social.

Os Estados Unidos, China e Malásia, enquanto presidente do bloco regional ASEAN, mediaram um cessar-fogo em julho, após uma primeira onda de violência de cinco dias.

Em outubro, Trump apoiou uma declaração conjunta subsequente entre Tailândia e Camboja, que destacou novos acordos comerciais após o prolongamento da trégua.

Porém, a Tailândia suspendeu o acordo no mês seguinte, depois que soldados seus foram feridos por minas terrestres na fronteira.

A deslocada tailandesa Kanyapat Saopria disse não confiar mais no Camboja e questionou a eficácia dos esforços recentes para garantir a paz.

Do lado cambojano, Vy Rina, também deslocada, expressou tristeza pela continuidade dos combates apesar da intervenção de Trump e condenou os atos violentos.

Acusações mútuas sobre ataques a civis

Bangkok e Phnom Penh acusaram-se mutuamente de ataques contra civis. O exército tailandês reportou seis feridos no sábado devido a foguetes disparados pelo Camboja.

O ministro da Informação cambojano, Neth Pheaktra, alegou que as forças tailandesas expandiram ataques para infraestruturas e civis cambojanos.

Um porta-voz da Marinha tailandesa afirmou que a Força Aérea destruiu com sucesso duas pontes cambojanas usadas para transporte de armas na zona de conflito.

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, solicitou a suspensão imediata de todas as hostilidades e abstenção de ações militares adicionais por ambas as partes.

Segundo relatos, a Tailândia teve 14 soldados e sete civis mortos, enquanto o Camboja registrou quatro civis mortos no início da semana.

Em Buriram, Tailândia, jornalistas viram residentes deslocados em contato com parentes próximos à fronteira que relataram que os confrontos prosseguem.

O primeiro-ministro tailandês reforçou que as operações militares continuarão enquanto ameaças persistirem contra território e população.

Após o contato com Trump, Anutin declarou que quem violou o acordo precisa corrigir a situação.

Enquanto isso, o primeiro-ministro cambojano, Hun Manet, afirmou que seu país sempre priorizou a resolução pacífica dos conflitos.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados