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Câmeras mostram carro oficial ligado a ataques a ônibus

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Câmeras de segurança registraram o veículo do servidor público Edson Aparecido Campolongo, responsável por 18 ataques a ônibus em São Paulo, transitando pela região metropolitana da capital. O carro pertence à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), onde Edson atua há mais de três décadas como motorista.

O delegado seccional de São Bernardo, Domingos Paulo Neto, revelou que a polícia identificou o servidor após reconhecer o Volkswagen Virtus branco nas filmagens feitas nas áreas onde ocorreram os ataques.

“Ele é motorista do chefe de gabinete do CDHU e serve essa função há cerca de um ano. Curiosamente, esse chefe de gabinete reside em São Bernardo e trabalha em um órgão público no centro de São Paulo, e o veículo é usado diariamente no trajeto entre São Bernardo e a capital”, declarou Paulo Neto.

Conforme a Polícia Civil, Edson confessou ser responsável por pelo menos 18 ataques em São Bernardo do Campo, São Paulo e Santo André. Ele alegou que suas ações tinham a intenção de “melhorar o Brasil” e “tirar o país da crise”, mas reconheceu estar errado. Os investigadores duvidam dessa justificativa.

Além disso, Edson admitiu que envolveu o irmão, Sergio Aparecido Campolongo, de 56 anos, que participou de pelo menos dois ataques. Ambos tiveram a prisão preventiva decretada. Sergio se apresentou no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo do Campo.

Edson Campolongo mora em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, e mantém um perfil ativo em redes sociais, onde frequentemente critica o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Foram apreendidos com o suspeito bolas de aço, estilingues e outros objetos usados nos ataques, muitos comprados no ano anterior, com os alvos escolhidos de forma aleatória.

Em imagens de câmeras de segurança, ele é visto lançando um coquetel molotov contra um ônibus, e a jaqueta que veste foi usada para confirmar sua identidade. Edson e seu irmão podem ser responsabilizados por dano qualificado e atentado contra serviço público. O padrão dos ataques em série os diferencia de outros suspeitos, que atuaram isoladamente.

Nos últimos dois meses, foram registrados mais de 800 ataques a ônibus na região metropolitana de São Paulo. Em 24 de julho, um ataque ocorreu na Avenida Washington Luís, zona sul da capital. Desde 12 de junho, 544 ônibus municipais foram vandalizados, conforme dados da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e SPTrans, enquanto 291 casos de ataques a ônibus intermunicipais foram relatados pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

A Secretaria da Segurança Pública informou que o motorista do coletivo atacado relatou à Polícia Militar que não havia passageiros no veículo durante o incidente. Até o momento, 16 suspeitos foram presos em conexão com essa onda de vandalismo, enquanto as forças de segurança continuam empenhadas em identificar e deter outros envolvidos.

As investigações são conduzidas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o apoio de unidades regionais e da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCiber). As empresas de transporte coletivo estão sendo incentivadas a formalizar boletins de ocorrência para facilitar o trabalho policial. A Polícia Militar também intensificou o patrulhamento com a “Operação Impacto – Proteção a Coletivos”.

Quanto à motivação dos ataques, os investigadores consideram diversas hipóteses, incluindo disputas entre empresas de ônibus e desafios na internet, mas ainda não apontam uma linha principal. A possibilidade de crime organizado foi descartada até o momento.

As suspeitas de desafios digitais, aventadas pelo vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, levaram a uma monitorização das plataformas online, embora nada concreto tenha sido encontrado.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, criticou a demora na elucidação dos casos pela Polícia Civil e está avaliando a possibilidade de colocar policiais militares dentro dos coletivos.

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans manifestaram repúdio aos ataques e afirmam estar colaborando com as investigações. A SPTrans orienta que as empresas comuniquem imediatamente os incidentes à Central de Operações e formalizem os registros junto às autoridades policiais. As empresas são obrigadas a enviar os veículos danificados para manutenção e substituí-los por ônibus reservas para garantir a continuidade do serviço. Caso contrário, são penalizadas pelas viagens perdidas.

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