Campinas realiza primeiro implante de coração artificial no interior de São Paulo

Em 24 de junho, foi realizado o primeiro implante de coração artificial no interior de São Paulo, em uma mulher de 43 anos diagnosticada com cardiomiopatia dilatada. A cirurgia aconteceu no Hospital da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas e contou com a participação de aproximadamente 20 especialistas durante cinco horas.

O coordenador do setor de cardiologia, Maurício Marson, explicou que o procedimento permitirá que a paciente recupere sua qualidade de vida. “A operação foi bem-sucedida e utilizou tecnologia avançada para implantar um dispositivo que substitui completamente a função do lado esquerdo do coração. Esse aparelho é de origem americana, fica totalmente dentro do corpo da paciente e é alimentado por bateria”, detalhou.

A cardiomiopatia é uma condição cardíaca crônica que altera o tamanho e funcionamento do órgão, afetando principalmente o ventrículo esquerdo. O transplante é geralmente indicado como tratamento principal, mas como a paciente não podia ser submetida a esse procedimento, o coração artificial foi adotado como alternativa.

Essa enfermidade pode causar perda da força muscular, arritmias graves e, em estágios avançados, incapacitar o paciente para atividades mínimas, necessitando de internações frequentes e uso contínuo de medicamentos intravenosos.

O cirurgião cardíaco Dr. Gustavo Calado comentou que a paciente apresentava agravamento progressivo do quadro nos últimos cinco anos e dependia de medicação constante para estimular o coração, porém sem resultados eficazes. “A única opção era o coração artificial, que pode aumentar a expectativa de vida de 30 dias para até 15 anos”, afirmou.

Uma equipe multidisciplinar composta por médicos, cirurgiões, cardiointensivistas e enfermeiros atuou durante o procedimento. A paciente continuará internada para recuperação e monitoramento até 14 de julho, quando está prevista a alta hospitalar. Maurício Marson relatou que a paciente já apresenta boa evolução, caminhando pelos corredores do hospital.

Essa operação pioneira coloca o Hospital da PUC de Campinas entre as instituições de referência no país habilitadas a realizar esse tipo de cirurgia inovadora.