Economia
Campos Neto destaca crescimento do Bolsa Família em evento do BC dos EUA
Em painel sobre a efetividade da política monetária, o presidente do BC cita que 56 milhões de pessoas são beneficiadas e que o grupo já é maior que o número empregados
O tamanho do Bolsa Família foi destaque no seminário anual do Federal Reserve. O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, chamou atenção para o crescimento do número de beneficiários – que já soma 56 milhões pessoas – e do aumento dos valores pagos.
Muitos especialistas atrelam esses números à redução do número de pessoas no mercado de trabalho. Campos Neto participou neste sábado do principal evento de política monetária do mundo, em Jackson Hole, nos EUA.
O brasileiro foi convidado do painel “Reavaliando a Efetividade e a Transmissão da Política Monetária” ao lado de Ida Bache, presidente do BC da Noruega, e Philip Lane, membro do Conselho do Banco Central Europeu. Na apresentação de 15 slides, Campos Neto avaliou as razões de a inflação estar desacelerado lentamente no mundo.
Entre as hipóteses levantadas, ele citou a possibilidade de mudança do poder da política monetária e o “entupimento” de canais que transmitem as decisões do BC – o que poderia ser gerado por intervenções e choques.
Ao detalhar a situação do Brasil, Campos Neto destacou o gasto em programas sociais. Mostrou, em tabela, que o Bolsa Família já beneficia 56 milhões de pessoas. No slide, esse é o maior grupo da população brasileira – acima dos 43 milhões de ocupados e empreendedores ou dos 39 milhões de aposentados e pensionistas.
No mesmo slide, o presidente do BC brasileiro observa que, além de o número de pessoas ter crescido, também houve aumento dos valores pagos. E, assim, o benefício que correspondia a cerca de 20% do salário-mínimo alcançou mais de 40% do mínimo nos últimos anos.
O número de beneficiários e o valor do principal programa social aumentou especialmente em 2022. Na época, o então Auxílio Brasil foi elevado de R$ 400 para R$ 600 e houve ampliação do número de famílias atendidas em alguns milhões.
Nos últimos meses, economistas têm chamado atenção para o fato de que o número de pessoas em busca de emprego tem diminuído. A geração de empregos explica parte desse fenômeno.
Mas também haveria desinteresse de parte da população em buscar uma ocupação. Segundo alguns economistas, isso poderia estar sendo resultado do aumento dos valores e do alcance do Bolsa Família.
Você precisa estar logado para postar um comentário Login