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Candidato chileno de extrema direita quer enviar imigrantes irregulares para El Salvador
Johannes Kaiser, candidato de extrema direita à presidência do Chile, defende o uso de força letal contra criminosos e propõe enviar imigrantes ilegais com antecedentes criminais para a prisão de segurança máxima em El Salvador, implementada pelo presidente Nayib Bukele.
Kaiser, deputado de 49 anos, está ganhando espaço nas pesquisas para as eleições presidenciais chilenas agendadas para 16 de novembro, chegando a possuir 15% das intenções de voto e ocupando o terceiro lugar.
Em entrevistas recentes, Kaiser criticou as organizações de direitos humanos, acusando-as de proteger terroristas, criminosos e traficantes. Ele declarou que proteger os direitos humanos deve priorizar a segurança da população diante de crimes violentos, ao invés de impedir que criminosos sejam neutralizados durante ações policiais.
O político mencionou seu plano de enviar imigrantes ilegais com antecedentes criminais e ligação a organizações criminosas como o Tren de Aragua para prisão em El Salvador, ressaltando a dificuldade de deportar cidadãos de países como Venezuela devido ao não reconhecimento destes por seus governos.
O Chile abriga cerca de 337 mil imigrantes irregulares, em grande parte venezuelanos, e o aumento da criminalidade tem sido associado à atuação de gangues estrangeiras, sendo este um tema central da campanha presidencial.
Kaiser é fundador do Partido Nacional Libertário, um partido de extrema direita criado em 2024 após sua saída do Partido Republicano. Seu programa político alia rigor no combate à criminalidade e controle da imigração irregular, com propostas econômicas ultraliberais e um discurso social conservador.
Ele ganhou visibilidade por declarações controversas divulgadas em vídeos online, onde expressou opiniões questionando direitos das mulheres e ironizando vítimas da ditadura de Augusto Pinochet, regime que resultou em milhares de mortos e desaparecidos.
Apesar de apoiar a ditadura de Pinochet, Kaiser afirmou estar cansado de discutir esse tema.
Além disso, propõe a inclusão de militares em áreas onde a polícia não consegue agir efetivamente, justificando que a resistência de grupos criminosos é significativa. Seu plano ainda inclui a eliminação dos ministérios da Educação, da Mulher e do Meio Ambiente, além da retirada do país de acordos ambientais internacionais como o Acordo de Paris e o Tratado de Escazú, afirmando rejeitar iniciativas ligadas à moda das questões climáticas.
Formado em diversos cursos superiores que não concluiu, como Direito, Filosofia, Economia e Sociologia, Kaiser também morou na Áustria, onde trabalhou em empregos manuais como garçom, operário da construção civil e recepcionista de hotel.

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