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Economia

Candidato enfrenta ao menos quatro entrevistas no Google

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Vista como empresa com ambiente leve e criativo, companhia é a mais desejada pelos universitários brasileiros, segundo ranking da Universum

Espaço de lazer com mesa de sinuca no centro de engenharia do Google, em Belo Horizonte (//Divulgação)

Os candidatos a vagas no Google têm de passar por pelo menos quatro entrevistas durante o processo seletivo. Curiosamente, o gigante de tecnologianão utiliza as chamadas dinâmicas, momento lúdico em que os participantes colocam suas habilidades em prática.

A companhia é a grande queridinha dos universitários brasileiros e lidera o ranking de 2019 das empresas dos sonhos para trabalhar, segundo a consultoria Universum. A lista mostra quais são as empresas mais desejadas pelo estudantes de ensino superior no país.

De acordo com André Siqueira, diretor da Universum na América Latina, a vontade de trabalhar no Google vem de uma impressão de “empresa moderna, com ambiente de trabalho leve e criativo”, segundo relatos de parte dos 39,4 mil entrevistados.

O fato de a seleção do Google não possuir dinâmica, no entanto, é contra intuitivo com relação a essa imagem inovadora admitida pelos universitários. Parte desse estereótipo carregado pela empresa vem da cultura pop, como o filme estadunidense “Os Estagiários” (2013, do diretor Shawn Levy), em que dois adultos prestam um processo seletivo totalmente dinâmico na companhia. No longa, o espaço de trabalho é leve e colorido, e os protagonistas enfrentam apenas desafios lúdicos, não passando por entrevistas tradicionais para conseguir a vaga.

No entanto, pelos menos no Brasil, a seleção de funcionários da companhia não segue a ficção. O candidato enfrenta quatro ou mais etapas de entrevistas, segundo Daniel Borges, gerente de atração de talentos para a América Latina. O mais próximo de algo prático é a seleção para vagas de engenharia, em que os participantes podem passar por resolução de exercícios, conversas técnicas e perguntas com casos hipotéticos e situacionais, durante alguma das entrevistas.

A fama de inovador, no entanto, mantém-se em fatores como a inclusão. Recentemente, a empresa anunciou o Next Step, um programa de estágio voltado para ampliar a representatividade de profissionais negros na companhia. Os escolhidos ganham um contrato de dois anos e recebem aulas intensivas de inglês, com o objetivo de não tornar o idioma um fator de exclusão na seleção.

Além disso, Borges destaca que o Google evita ao máximo a influência de fatores de “viés inconsciente” nas escolhas. Para isso, na primeira análise de currículos e na seleção final, os avaliadores não têm informação sobre gênero, idade, local de nascimento e estado civil dos candidatos.

Os interessados em uma vaga na empresa devem, primeiramente, se inscrever no site www.google.com/careers, onde estão as oportunidades disponíveis. As informações estão em inglês. Para acessar as vagas no Brasil, é necessário ir em “Find your next job at Google. What do you want to do?” e pesquisar pelo país ou cidade, como nesse exemplo.

Os recrutadores avaliam os currículos e fazem a primeira peneira. Em seguida, os escolhidos são chamados para uma pequena conversa por telefone ou conferência, como Skype. Nela, a equipe de recrutamento irá confirmar se o participante combina com a vaga. “Eles fazem algumas perguntas comportamentais para avaliar liderança, habilidades necessárias para a função e a afinidade com a cultura da empresa”, informa uma funcionária, que participou da seleção e preferiu não se identificar.

Em seguida, ocorrem uma série de entrevistas presenciais com os gestores das vagas. Segundo o próprio Google, são pelo menos quatro. A funcionária já citada anteriormente conta que elas são bem similares.“Os gestores analisam de forma mais específica as aptidões exigidas para a função. Podem fazer uma simulação de uma situação de trabalho, e avaliam o raciocínio lógico”, relata ela.

Ao fim das entrevistas, é elaborado um dossiê sobre o candidato, apenas com o nome e as informações adquiridas durante o processo seletivo. Um comitê independente, formado por executivos seniores da companhia, avalia esses documentos e dá a palavra final sobre a contratação.

Fonte Veja

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