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Candidatos à Presidência da Câmara caçam votos nos estados

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Os três candidatos à presidência da Câmara traçaram um roteiro extenso de viagens para pedir votos aos colegas — antigos e novos — no estado de cada um. Arlindo Chinaglia (PT-SP), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG) já estão de passagens compradas para um périplo pelos estados, onde visitarão lideranças locais e colegas de parlamento. “Nestes próximos dias, vai aumentar muito o lucro das empresas de telefonia. E os candidatos também vão ajudar muito as empresas aéreas. O recesso não vai pôr a disputa pela presidência em banho-maria. Ao contrário”, avaliou, pouco antes do início do recesso, o líder do governo na Casa, Henrique Fontana (PT-RS).

No dia 13, Chinaglia parte para o Nordeste — ele já tem compromissos confirmados nos estados do Piauí, do Ceará e da Bahia. Em comum, são estados onde o PT ganhou o governo estadual. Na Bahia, a legenda de Chinaglia fez 8 dos 39 deputados federais da próxima legislatura. Outras viagens estão previstas na campanha do petista. Na última sexta, ele organizou um almoço com apoiadores em Brasília, no Setor de Clubes Sul. Além dos petistas, compareceram ao evento parlamentares do PCdoB, do Pros, do PP, do PR e até do PSB, partido de Delgado. Ao todo, 60 deputados participaram do almoço.

Desde o começo de dezembro — quando foi reconduzido à liderança do PMDB —, Eduardo Cunha já visitou praticamente todos os estados do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste. Na semana passada, antes da posse de Dilma, foi a Porto Velho conversar com o grupo ligado ao senador peemedebista Valdir Raupp. O líder do PMDB também tem passagem comprada para Recife, onde chegará na terça-feira. Segundo um interlocutor, Cunha está viajando “de terça a quinta” toda semana, desde o início da campanha pela presidência.O peemedebista pretende ir a todas as unidades da Federação até o começo de fevereiro — nas próximas semanas, priorizará os estados das regiões Norte e Nordeste. Na noite do dia 1º, logo após a posse de Dilma, Cunha promoveu um jantar para os apoiadores que vieram acompanhar a cerimônia. Segundo ele, cerca de 30 deputados compareceram, entre integrantes do PR, do PSC e do PTB, além dos peemedebistas.

Lançado candidato em 17 de dezembro, o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) não perdeu tempo. Uma semana depois, no dia 22, já estava em Pernambuco, onde recebeu apoio da família do candidato à Presidência da República falecido em 13 de agosto, Eduardo Campos (PSB), para seguir na campanha pelo comando da Câmara. Delgado começou o périplo pelo estado nordestino. Depois, viajou para o Rio de Janeiro e aproveitou a base mineira para conquistar o voto de parlamentares do estado.

No roteiro de próximas viagens está São Paulo, onde acredita ser o candidato mais bem votado pelos colegas (na comparação entre Cunha e Chinaglia). Ao sair candidato, Delgado já recebeu apoio do PSDB, PPS, PV, além do próprio PSB. Com as alianças, Delgado já contabiliza 106 votos. Na próxima semana, quando muitos parlamentares em férias voltam de viagens internacionais, o candidato pretende intensificar o roteiro de visitas para convencer o maior número de deputados a formar alianças para derrotar um dos candidatos e levar a candidatura, pelo menos, ao segundo turno. Na lista de viagens, estão estados do Sul, Nordeste e Centro-Oeste, que serão definidos em reuniões previstas para terça-feira, em Brasília.

Ataques cruzados

Em breve discurso no almoço de sexta, Chinaglia aproveitou para criticar, sem citar nomes, o discurso de “independência” adotado por Eduardo Cunha. “É só pesquisar as medidas provisórias para ver onde essa altivez acaba. Queremos um parlamento que tenha de fato a independência para atender ao povo brasileiro. Não apenas para fazer um discurso que acaba no dia seguinte da eleição, basta chegar a algum tipo de acordo”, disse, criticando também os parlamentares que “indicam cargos no governo” enquanto se dizem independentes.

“Não é independente quem indica cargo no governo. Eu, então, estou me sentindo independente. Quem quiser pesquisar os cargos que tenho no governo pode levar para casa. Nem todos que se candidatam podem falar o que estou falando”, disse. Cunha deu o troco no mesmo tom. “Eu não indiquei meu filho para o Cade. É só isso que eu tenho a dizer para ele”, disse ao Correio. A referência é ao advogado Olavo Chinaglia, filho de Arlindo. Olavo é advogado, especialista em direito econômico, e integrou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entre 2008 e 2012.

Para alcançar o posto de presidente da Câmara dos Deputados, o candidato precisa amealhar a maioria dos votos da Casa, o que corresponde a 257 apoiamentos. Caso nenhum candidato obtenha o número no primeiro turno, os dois primeiros colocados disputam o cargo em um segundo turno. A votação é secreta.

Fonte: Correio Web

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