Um canil clandestino fechado nesta segunda-feira (24) em Itapetininga (SP) pelas polícias Civil e Ambiental servia como uma “loja de cães”, afirmam as corporações. Segundo o delegado Marcos Tadeu Cardoso, a responsável pelo local reproduzia os cães de raça e depois os vendia. Mais de 40 animais, entre cães e cavalos, foram achados com sinais de maus-tratos. Um burro e um filhote de cão foram achados mortos. A Polícia Ambiental estima uma multa de cerca de R$ 120 mil para a mulher.
A chácara fica no Bairro Varginha, zona rural da cidade. O caso foi descoberto depois que a Organização Não Governamental (ONG) União Internacional Protetora dos Animais (Uipa) recebeu denúncias do caso. A responsável pela chácara não estava no local no momento do flagrante, mas foi identificada.
O caseiro da propriedade confirmou que os animais eram vendidos, diz o delegado. Na chácara novas baias estavam sendo construídas. Uma lousa com um planejamento da criação e com os nomes dos animais foi encontrada. “Podemos afirmar isso [venda], até porque houve um contato com ela, via telefone, sem nos identificarmos. Ela tratou do comércio e da venda de um casal de animais que estavam nesse local impróprio”, diz Cardoso.
Sujeira e multa
As polícias e a Uipa encontraram cães em baias sujas, vivendo em meio a fezes e urina. Só alguns estavam com água e comida. Entre os cães havia um cego e um filhote morto. A veterinária Nadia de Abreu afirma que as condições eram precárias. “Condições de abandono, maus-tratos, os animais estão magros, com sede, a maioria está machucado, tem animais cego… é uma situação deplorável.”
Os animais foram retirados do local pela Uipa. Mas o destino deles ainda é incerto, conta a presidente da organização, Graziela Gomes Leonel. “Os animais não podem ser doados até que o processo seja finalizado. A Uipa está no estado de superlotação, a gente vai ver o que acontece abrigar lá e o restante será dividido nas casas dos nossos voluntários”, conclui.
Além do crime de crueldade contra animais, que pode gerar de 3 meses a 1 ano de prisão, a responsável receberá multa administrativa, completa o sargento Clayton Bortoletti, da Polícia Ambiental. “Ela vai ter que pagar R$ 3 mil por cada animal maltratado. Nós estivemos aqui com uma veterinária que confirmou os maus-tratos. Como vocês podem ver o ambiente é bem sujo. E R$ 3 mil multiplicado por 42 animais, entre cães e cavalos, inclusive dois mortos, vai dar uma multa de mais de R$ 120 mil.”
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