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Cantareira começa verão com 28% menos água comparado a antes da crise
O Sistema Cantareira iniciou o verão com um volume de água 28% menor do que no mesmo período de 2013, ano anterior à grave crise hídrica que atingiu a Grande São Paulo a partir de 2014 e levou o reservatório ao chamado volume morto.
Este é o pior começo de estação chuvosa desde 2015, quando as represas ainda estavam em processo de recuperação após a seca.
Na prática, a diferença no volume de água entre os verões de 2013 e 2025 é de aproximadamente 80 bilhões de litros, o que equivale a 38 dias de captação pelo Sistema Cantareira conforme os parâmetros atuais adotados pela Sabesp.
No dia de início oficial do verão, o Cantareira tinha disponível 20,9% do seu volume útil, correspondente a 205 bilhões de litros. Para efeito de comparação, em 21 de dezembro de 2013, o sistema armazenava 29%, cerca de 285 bilhões de litros.
Vazão natural e situação atual
A quantidade de água que entrou no sistema em dezembro deste ano está muito abaixo do esperado para este período. Até o dia 22 de dezembro, o Cantareira recebeu uma vazão natural de 21,13 metros cúbicos por segundo (m³/s), enquanto a média histórica para o mês é de 50,3 m³/s, ou seja, apenas 42% da média prevista.
Em dezembro de 2013, a vazão natural registrada foi de 23,14 m³/s.
Apesar de ter chovido 100 mm no mês corrente comparado a 44,2 mm de dezembro de 2013, a vazão natural é um indicador mais eficiente para avaliar o potencial de recuperação do manancial, pois representa a água que efetivamente chega até a represa.
O solo seco ao redor do reservatório demanda chuvas intensas e consecutivas para que a água consiga infiltrar e alcançar o manancial.
Diferentemente da situação em 2013, atualmente o Cantareira conta também com o aporte hídrico proveniente da bacia do Rio Paraíba, através da transposição na estação de Jaguari, que adiciona 8,81 m³/s para ajudar a melhorar o nível do sistema.
Medidas adotadas e plano de contingência
Para preservar o volume de água, a Sabesp implementou a redução da pressão na rede de abastecimento durante o período noturno, das 19h às 5h.
O governo estadual lançou em outubro um plano de contingência que contempla a possibilidade de até 16 horas diárias de redução de pressão, além da implementação de rodízio no abastecimento, se necessário.
Faixas de atuação para enfrentamento da crise hídrica
- Faixa 0 (reservatórios entre 43,8% e 100%) – situação normal
- Faixa 1 (abaixo de 43,8%) – modulação programada da pressão como medida preventiva
- Faixa 2 (abaixo de 37,8%) – redução da pressão por 8 horas no período noturno
- Faixa 3 (abaixo de 31,8%) – redução da pressão por 10 horas no período noturno
- Faixa 4 (abaixo de 25,8%) – redução da pressão por 12 horas no período noturno
- Faixa 5 (abaixo de 19,8%) – redução da pressão por 14 horas no período noturno
- Faixa 6 (abaixo de 9,8%) – redução da pressão por 16 horas no período noturno e uso de bombas para acessar volume morto
- Faixa 7 (nível 0%) – rodízio com alternância diária entre as áreas abastecidas


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