Brasil
Cantareira tem ainda menos chuvas do que em 2014 no 1º mês do inverno
Estação é a mais seca e a mais crítica para o sistema.
Com exceção do Cantareira, sistemas seguiram caindo nesta quarta.
O Sistema Cantareira recebeu no primeiro mês deste inverno um volume de chuvas ainda menor que no mesmo período de 2014, ano mais seco no manancial desde que começaram os registros, em 1930. O levantamento foi feito com base nos dados divulgados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Entre 21 de junho de 2015, dia em que começa o inverno, até 21 de julho, o manancial recebeu 27,1 milímetros (mm) de precipitação. Em 2014, o volume de chuva acumulado no primeiro mês do inverno foi de 29,4 mm.
O inverno vai até agosto, mas o período historicamente mais seco do sistema está compreendido entre os meses de maio e setembro.
Apesar de receber menos chuva, a perda de água no período mencionado em 2015 foi menor: 1% do volume útil (9,82 bilhões de litros), contra 5,2% do volume útil em 2014 (51 bilhões de litros). No entanto, diversos fatores contribuíram para perdas menores nas represas, como novas reduções de vazão, redução do número de pessoas atendidas, e cobrança de multa para quem aumenta o consumo.
Depois de duas quedas seguidas, o nível de água do Cantareira ficou estável nesta quarta-feira (22), mantendo-se em 19%. No entanto, o reservatórios estão há três dias sem receber nenhuma precipitação.
A nove dias do fim de julho, a chuva acumulada no mês (22 mm) ainda está em 44% da média histórica (50 mm).
Como vem ocorrendo desde segunda-feira, os cinco mananciais que abastecem a Grande São Paulo tiveram queda em seus volumes.
Chuvas
O Cantareira, que abastece 5,3 milhões de pessoas na Grande São Paulo, terminou junho com menos chuvas que o previsto, a exemplo do que também ocorreu em abril e maio. A chuva do mês passado também não foi boa para os demais reservatórios que abastecem a Grande São Paulo. Com exceção do Sistema Rio Claro, que recebeu mais que o dobro do previsto, todos os demais ficaram abaixo do esperado.
O Guarapiranga, hoje o principal sistema da Grande São Paulo, com 5,6 milhões de pessoas atendidas, registrou 27,2 mm de precipitação em junho, pouco mais da metade do esperado.
O governador Geraldo Alckmin voltou a descartar a implantação de um racionamento, mas a crise hídrica ainda não chegou ao fim. O Cantareira terminou a estação chuvosa, encerrada em maço, com apenas a segunda cota do volume morto recuperada, ou seja, a primeira cota ainda não foi reposta e o manancial segue operando no vermelho.
Abastecimento
O Sistema Cantareira, que já foi o principal da Grande São Paulo, atendendo 8,8 milhões de pessoas, teve uma nova redução no número de clientes, passando de 5,4 milhões para 5,3 milhões, informou a Sabesp.
Os 200 mil clientes tirados do Cantareira foram incorporados pelo Sistema Rio Claro, que abastece 1,5 milhão de pessoas na Grande São Paulo. Isso foi possível após a conclusão, no dia 30 de maio, de uma ligação entre duas adutoras na Vila Ema, Zona Leste.
Com a obra, os bairros da Mooca, São Mateus, Vila Formosa, Vila Alpina e Sapopemba passam a ser atendidos prioritariamente pelo Sistema Rio Claro, que agora responde por 80% da água fornecida. Os demais 20% ficaram com o Cantareira.
Até 2013, antes da crise, a proporção era inversa: o Cantareira fornecia cerca de 80% da água consumida nesses locais, contra 20% do Sistema Rio Claro.
Índices
O índice de 19% do Cantareira divulgado pela Sabesb considera o cálculo feito com base na divisão do volume armazenado pelo volume útil de água. Após ação do Ministério Público, aceita pela Justiça, no entanto, a Sabesp passou a divulgar outros dois índices para o Sistema Cantareira.
O segundo índice leva em consideração a conta do volume armazenado pelo volume total de água do Cantareira. Nesta quarta, ele era de 14,7%. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume da reserva técnica pelo volume útil. Nesta quarta, o índice era de -10,3%.
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