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Carta golpista foi entregue a oficial superior após derrota de Bolsonaro, diz Kid Preto

O coronel do Exército Fabrício Moreira de Bastos confirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a existência da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro” e relatou que recebeu instruções de seu superior no Centro de Inteligência do Exército (CIE) para receber e repassar o documento.
Integrante das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, o militar é réu no núcleo 3 da ação penal relacionada à trama golpista, tendo sido interrogado nesta segunda-feira pelo juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), a carta tinha a intenção de pressionar o alto comando do Exército a apoiar a trama golpista. A denúncia inclui mensagens de Bastos encaminhando a carta a outros militares das forças especiais, o que representaria uma tentativa de obter apoio para a ação.
Durante o interrogatório, Bastos relatou que recebeu ordens de seu superior no CIE para encaminhar o documento assim que estivesse pronto. Ele explicou que, participando de um grupo de mensagens onde a carta circulava, solicitou a um colega que lhe enviasse o arquivo.
— O coronel De La Vega estava ciente de que o grupo de 1997, do qual fiz parte, planejava algum tipo de manifesto. Ele nos pediu para estabelecer contato com esse documento e entregá-lo a ele. Eu não fazia parte desse grupo, mas o Correa Netto sim, então pedi que ele me enviasse o documento. Quando isso ocorreu, na manhã de segunda-feira, entreguei uma cópia em mãos ao general — afirmou.
O militar avaliou que a carta era “muito mal escrita” e deveria ser vista como um “desabafo” dos oficiais autores do documento.
— É ingenuidade pensar que quatro coronéis teriam o poder de influenciar 16 comandantes do Exército. Trata-se de uma inocência quase ingênua — acrescentou.
A investigação da Polícia Federal que revelou uma tentativa de golpe de Estado no final de 2022, culminando nos atos de 8 de janeiro de 2023, identificou que essa reunião em Brasília também tinha o propósito de discutir “medidas para atingir o ministro Alexandre de Moraes, identificado como o ‘ponto central’”.
Após esse encontro, a chamada “Carta ao comandante do exército de oficiais superiores da ativa do exército brasileiro” e os generais que se posicionaram contra o golpe de Estado foram expostos por Paulo Figueiredo, segundo a Polícia Federal.

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