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Casa onde Polícia Militar matou suspeito rendido em Paraisópolis é mostrada em vídeo

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Dentro do imóvel onde a Polícia Militar (PM) matou um homem rendido em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, um vídeo revela objetos revirados, marcas de sangue no chão e paredes com buracos de bala. Inicialmente, a corporação afirmou que se tratava de uma casa-bomba, informação posteriormente desmentida.

Durante uma ação na comunidade, os policiais encontraram quatro suspeitos, que entraram na casa de uma moradora. Três foram detidos, enquanto o último foi morto dentro do imóvel, mesmo estando rendido. O local do evento apresenta evidências de armas e drogas, embora a proprietária tenha contestado as acusações, mostrando imagens do material apreendido disposto sobre a cama, com o homem morto visível ao fundo, imagem essa que foi censurada pela reportagem.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) expressou pesar pela divulgação das imagens, e o porta-voz da PM repudiou a conduta dos agentes envolvidos na morte. Dois policiais foram presos em flagrante, e outros presentes na operação foram indiciados sem prisão preventiva.

A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo designou o promotor do Tribunal do Júri Everton Zanella para acompanhar as investigações conduzidas pelo Ministério Público.

A versão inicial da PM era de que policiais realizavam patrulhamento e receberam denúncia sobre indivíduos armados na região. Informaram que os suspeitos tentaram fugir e, ao entrar em uma residência, um deles teria sacado uma pistola contra os agentes, que reagiram. O homem foi morto no local e os demais presos. Armas e drogas foram apreendidas, mas a suposta casa-bomba não foi localizada.

A morte provocou protestos em Paraisópolis, com barricadas e confronto entre moradores e policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rotas). Durante a manifestação, outro homem foi morto, mas a PM alegou ausência de excesso na ação.

A SSP separou o caso em duas ocorrências e ambos estão sendo investigados pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), além de um inquérito policial militar, que analisará as imagens das câmeras corporais para esclarecer os fatos.

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Assembleia Legislativa de São Paulo repudiou a operação policial, ressaltando que a política de segurança pública tem sido letal principalmente nas periferias, afetando direitos fundamentais e a vida. A deputada estadual Márcia Lia enfatizou a importância da participação da comunidade e órgãos públicos na apuração rigorosa do ocorrido.

Um relatório mostrou que Paraisópolis lidera as mortes causadas por policiais militares na capital paulista, com muitas vítimas desarmadas e atingidas por tiros pelas costas. A área é considerada uma das mais perigosas em relação a ações policiais letais.

A Polícia Militar reafirmou que não tolera desvios de conduta e que muitos policiais foram presos, demitidos ou expulsos ao longo da atual gestão. Todas as mortes são investigadas com acompanhamento da Corregedoria e do Ministério Público, com comissões para identificar falhas. Investem ainda em treinamento contínuo e aquisição de equipamentos menos letais, visando reduzir a letalidade das ações policiais.

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