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Caso de morte em Interlagos segue sem avanços há quase cinco meses

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O inquérito que investiga a morte do empresário Adalberto Amarílio dos Santos, ocorrido no dia 3 de junho próximo ao Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, está parado há quase cinco meses, conforme documento do Ministério Público de São Paulo (MPSP) obtido pela reportagem.

No documento anexado ao processo em 11 de dezembro, o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira pede informações ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) sobre a paralisação das investigações e solicita a extensão do prazo por mais 60 dias para que o caso siga sendo apurado.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) foi questionada sobre o andamento do caso e quais medidas pretende adotar para continuar as investigações. O espaço está aberto para manifestações.

Corpo encontrado em buraco

O corpo de Adalberto foi achado em um buraco de aproximadamente dois metros de profundidade e 40 centímetros de diâmetro na Avenida Jacinto Júlio, por um funcionário da construção que estava no local da obra. Inicialmente, o trabalhador pensou se tratar de um manequim, pois notou apenas o capacete da vítima.

O DHPP instaurou inquérito tratando o caso como homicídio simples. A diretora do departamento, Ivalda Aleixo, declinou que o corpo não apresentava ferimentos visíveis, marcas de sangue ou fraturas.

Adalberto foi encontrado utilizando apenas jaqueta e cueca, com as mãos erguidas e o capacete ainda na cabeça, tendo terra em seu rosto e mãos.

Ivalda acredita que o empresário foi colocado no buraco já morto ou desacordado, já que não havia indícios de que ele tentou se defender ou sair do local. O posicionamento dos braços impediu que o corpo fosse mais profundo no buraco.

Suspeitos ligados a segurança do evento

A polícia considera que a hipótese mais provável é que Adalberto tenha sido morto durante uma discussão com um segurança presente no evento de motocicletas. O golpe fatal pode ter sido um mata-leão, visto que o corpo não apresentava lesões externas.

Perícias da Polícia Técnico-Científica indicaram que a causa da morte foi por asfixia e foram encontradas lesões no joelho da vítima.

Em coletiva realizada em 18 de julho, a polícia revelou que cinco seguranças que trabalharam no evento são suspeitos. Quatro foram levados ao DHPP para depoimentos, e um representante da empresa responsável pela segurança, ESC Segurança, também foi conduzido. Todos permaneceram em silêncio.

Dois dos envolvidos não tiveram seus nomes divulgados, e o único nome revelado foi o de Leandro de Thallis Pinheiro, lutador de jiu-jítsu, que chegou a ser preso por porte ilegal de arma, mas foi liberado após pagamento de fiança. Leandro teria papel de liderança entre os seguranças e não compareceu para trabalhar no dia seguinte ao desaparecimento de Adalberto, o que levantou suspeitas. A empresa, entretanto, não reconhece o vínculo de emprego.

Celulares apreendidos e depoimentos

Celulares e computadores dos suspeitos foram apreendidos para análise. Ao menos seis aparelhos de vigilantes de duas empresas que prestavam segurança no Autódromo foram submetidos à perícia.

A polícia requisitou listas de funcionários de três empresas envolvidas na segurança do evento. Os irmãos Alisson Silva e Leandro Silva, da empresa Malbork, tiveram seus aparelhos apreendidos em 30 de junho, assim como os celulares de Edmilson Barbosa, Paulo Júnior e dois aparelhos de Paulo Neves, da ESC Segurança.

Em 10 de junho, a Polícia Civil realizou uma análise inicial nos celulares de Edmilson, Paulo Júnior e Paulo Neves. Os laudos fazem parte do processo, que corre sob sigilo judicial.

Nos depoimentos, Paulo e Edmilson negaram ter presenciado ou ter conhecimento de qualquer fato estranho que pudesse ajudar a esclarecer o ocorrido.

A defesa dos suspeitos não foi localizada até o momento, e o espaço permanece aberto para manifestações.

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