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Cavalo estava vivo quando foi ferido pelo dono em SP, explica delegado

Um cavalo encontrado morto após uma cavalgada em Bananal, no interior de São Paulo, ainda estava vivo quando teve suas patas cortadas com um facão. Essa informação foi divulgada na última quarta-feira (27/8) pelo delegado Rubens Luiz Fonseca Melo, responsável pela investigação do caso.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais ao lado da médica veterinária Luana Gesualdi, ambos explicaram o resultado do laudo pericial. A veterinária declarou que foram identificados hematomas no animal, o que comprova que ele estava vivo no momento dos ferimentos. “Quando o animal está sem vida, ele é considerado um cadáver, e não é possível causar hematomas com golpes. Isso só ocorre se o animal está vivo”, explicou.
O caso, que causou comoção, foi inicialmente denunciado pela cantora Ana Castela. Ela compartilhou nas redes sociais imagens tanto do cavalo quanto do suspeito pelo crime.
Detalhes do acontecimento
O incidente ocorreu no dia 16 de agosto durante uma cavalgada de aproximadamente 14 quilômetros em Bananal. Segundo a Polícia Civil, o tutor do cavalo teria cortado as patas do animal com um facão durante o trajeto.
Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, apontado como o responsável pelo animal, declarou no boletim de ocorrência que agiu assim por acreditar que o cavalo já estava morto. Uma testemunha relatou que o animal aparentava estar cansado e chegou a se deitar no chão, momento em que o homem teria sacado o facão e mutilado o cavalo.
O suspeito prestou depoimento à polícia em 18 de agosto e foi liberado. Até o momento da publicação desta reportagem, nenhum detido pelo caso foi registrado.
A veterinária ainda esclareceu a ausência de sangue no local onde o cavalo foi encontrado, explicando que isso ocorreu devido ao estado de exaustão extrema do animal, que estava desfalecido. Isso fez com que a pressão baixa reduzisse o fluxo sanguíneo, o que pode ter levado o tutor a acreditar que o cavalo estava sem vida.
Posição do suspeito
Em entrevista para a Rede Vanguarda, Andrey Queiroz afirmou estar “embriagado e transtornado” no momento do ato. Ele declarou: “Não foi uma decisão racional cortar as patas do cavalo. Foi um ato impulsivo em um estado alterado. Estava sob efeito de álcool. Reconheço que a culpa é minha, não da bebida.”
Até o momento, a defesa do investigado não foi contactada, e o espaço permanece aberto para qualquer pronunciamento.
Consequências legais
A Delegacia de Bananal concluiu as investigações e encaminhou o caso à Justiça em 22 de agosto, com base nos laudos periciais. A punição prevista pode fundamentar-se na Lei nº 9.605 de 1998, que trata das penalidades penais e administrativas para atos que prejudiquem o meio ambiente.
O artigo 32 dessa lei prevê pena de detenção de três meses a um ano, além de multa, para quem praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais domésticos ou silvestres. Caso o animal morra, a penalidade aumenta.
Reação de entidades
A ativista em defesa dos animais Luísa Mell criticou duramente o agressor nas redes sociais, chamando-o de “covarde” e “monstro” e pedindo uma punição rigorosa e rápida aos envolvidos.
Paralelamente, a Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (Anamma) divulgou uma nota de repúdio ao acontecimento. Informaram que encaminharam expediente ao Ministério Público de São Paulo para assegurar que o acusado responda pelos atos de crueldade, maus-tratos, violações ambientais e demais infrações relacionadas presentes no boletim de ocorrência.

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