CEO da Embraer vê lugar para até 4 empresas no mercado dominado por Boeing e Airbus

Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, destacou que o aumento da procura por aviões comerciais amplia as oportunidades para outras companhias, desafiando a posição dominante da Airbus da França e da Boeing dos EUA no segmento de wide body, que são aeronaves com fuselagem mais larga.

Em entrevista ao jornal inglês Financial Times, realizada na sede da Embraer em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, no estado de São Paulo, Francisco Gomes Neto declarou que, ao analisar as projeções para as próximas duas décadas, a demanda pode chegar a 40 mil aeronaves nesse setor. Segundo ele, isso representa uma grande oportunidade e acredita que há lugar para mais de duas fabricantes: talvez três ou quatro.

Francisco Gomes Neto também comentou que a Embraer está considerando opções para desenvolver a próxima geração de jatos comerciais e executivos, mas que qualquer decisão nesse sentido ficará para a próxima década, já que o foco atual é a comercialização dos modelos disponíveis.

Ele mencionou que alguns clientes da Embraer manifestaram interesse em ter mais alternativas no mercado, mas ressaltou que existe uma grande diferença entre expressar desejo e efetuar a compra.

O CEO destacou ainda o interesse da empresa em ampliar as vendas internacionais de equipamentos militares, como o avião KC-390, além de buscar novas chances para seus jatos civis em mercados como o da Índia. Ele explicou que a Embraer está elaborando planos para a montagem do modelo militar nos Estados Unidos, visando participar da concorrência da Força Aérea Americana, que prioriza a produção dos equipamentos em solo norte-americano.

Sobre o Eve, o táxi aéreo elétrico desenvolvido pela subsidiária da Embraer, Francisco Gomes Neto afirmou esperar o início das operações comerciais até o final de 2027. Os chamados eVTOLs são considerados uma das principais apostas para o crescimento futuro da empresa.