Conecte Conosco

Mundo

Cerca de 200 corpos de migrantes não foram identificados no Panamá

Publicado

em

Os corpos de aproximadamente 200 migrantes que tentavam chegar aos Estados Unidos e que perderam a vida ao atravessar a perigosa floresta de Darién, que liga a América do Sul à América Central, continuam sem identificação no Panamá, informaram as autoridades do país nesta quarta-feira (27).

Nos últimos três anos, mais de um milhão de migrantes em busca do sonho americano cruzaram a região conhecida como Tapón de Darién, que fica entre Panamá e Colômbia. Contudo, muitos morreram por causa de animais selvagens, águas turbulentas de rios e ações de gangues criminosas.

Com as deportações implementadas pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o número de migrantes que atravessam a selva de Darién diminuiu, porém ainda há corpos não reclamados em diferentes cemitérios do Panamá.

“Temos cerca de 220 restos humanos que foram enterrados ou sepultados em cemitérios; estamos falando de cadáveres quase completos”, declarou à AFP o diretor do Instituto de Medicina Legal, José Vicente Pachar.

Esses corpos foram encontrados em estado avançado de decomposição em rios ou trilhas da região, explicou Pachar, que estima que existam outras centenas de corpos na floresta.

“Não possuímos a capacidade nem os recursos necessários para vasculhar toda a floresta em busca de restos humanos, pois é uma tarefa imensa”, acrescentou.

De acordo com o especialista, a maior parte dos corpos não identificados está em um panteão construído em 2023 — durante a crise migratória — em uma vila de Darién, graças a uma doação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR).

Pachar explicou que foi extraído material dos corpos para tentar identificá-los. Para isso, uma equipe de especialistas forenses argentinos deverá chegar ao Panamá nos próximos meses.

Se algum corpo for identificado, as autoridades panamenhas entrarão em contato com os familiares ou com o governo do país de origem para a possível repatriação.

A maioria dos migrantes que cruzavam a selva era venezuelana, embora também houvesse haitianos, equatorianos, colombianos, chineses e outros migrantes provenientes de países asiáticos e africanos.

Até o momento, foi possível determinar que alguns falecidos eram venezuelanos, equatorianos, colombianos, além de indivíduos provenientes do Sri Lanka e de países africanos, embora ainda não tenham sido oficialmente identificados, explicou Pachar.

Em relatos coletados pela AFP nos últimos anos, muitos migrantes afirmaram terem visto corpos durante suas viagens pelo Darién.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados