Economia
Charles Tang anuncia novas alianças entre Pernambuco e China

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Andrew Tang, esteve na Folha de Pernambuco nesta quinta-feira. Ele foi acolhido pelo presidente do Grupo EQM e fundador do jornal, Eduardo de Queiroz Monteiro, pelo diretor-executivo Paulo Pugliesi, pelo diretor-operacional José Américo Lopes Góis e pela editora-chefe, Leusa Santos.
Charles Tang estava acompanhado do consultor empresarial Gregório Maranhão e do assessor Fábio Calábria. Durante a reunião, discutiram-se temas como o potencial do setor sucroenergético de Pernambuco e do Brasil para a exportação de ácido cítrico para a China, além de oportunidades comerciais no agronegócio. A China oferece vantagens como juros de 4% ao ano, três anos de carência e cinco anos para pagamento.
Investimentos
Com o objetivo de reforçar os vínculos entre os dois países, a CCIBC procura parcerias em diferentes setores, tanto públicos quanto privados, para aumentar os investimentos e dinamizar a economia brasileira.
“O governo indica as prioridades. Primeiro, vou para a China, converso com as lideranças empresariais interessadas e, depois, o governador firma o protocolo de intenções. Ele retorna como um herói, trazendo bilhões de dólares em investimentos”, exemplificou Tang.
O executivo, que está cumprindo agenda com empresários locais, revelou que também se encontrará com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e o prefeito do Recife, João Campos, para buscar novos recursos para a região.
Ácido cítrico
Um dos assuntos debatidos foi o potencial do Brasil na produção de ácido cítrico, que utiliza o açúcar como matéria-prima. “Este é um mercado enorme e bastante estável. Vejo muitas possibilidades para o setor de açúcar e álcool”, afirmou Tang.
Ele ressaltou que o segmento sucroalcooleiro brasileiro poderia ganhar ainda mais importância no cenário internacional, visto que a China é uma grande produtora e consumidora deste insumo, que movimenta um mercado global de bilhões.
Tarifas comerciais
Quando questionado sobre o impacto das tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, Tang lembrou o primeiro mandato de Donald Trump, período no qual os Estados Unidos impuseram tarifas sobre itens como soja e aço brasileiros, favorecendo a relação comercial com a China.
“Naquela ocasião, as exportações de soja do Brasil para a China cresceram de pouco mais de 50 para quase 90 milhões de toneladas, com preços 25% mais competitivos em comparação aos produtos americanos. Sempre que há conflito comercial entre Estados Unidos e China, o Brasil se beneficia”, destacou.
Tang observou que Brasil e China são concorrentes diretos no mercado de grãos e proteínas animais, e que setores estratégicos, como energias renováveis, podem se tornar ainda mais atraentes para cooperação. Ele também comentou sobre o potencial do Porto de Suape para exportar hidrogênio verde para a Europa e mencionou a possibilidade da instalação de uma termelétrica movida a resíduos no Recife, tema que pretende tratar com João Campos.
Trajetória
Nascido em Xangai e com passagem pelos Estados Unidos, onde formou-se em Economia pela Universidade Cornell, Charles Tang chegou ao Brasil há mais de três décadas. Atuou no Bank of Boston, onde introduziu o leasing (arrendamento mercantil) no país, e posteriormente assumiu a liderança da CCIBC, fortalecendo os vínculos entre as duas nações.

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