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Chefe da PF critica políticos que só falam em combater o crime

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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, manifestou nesta segunda-feira descontentamento com políticos que verbalmente apoiam o enfrentamento rigoroso ao crime organizado, mas que na prática mostram complacência com os investigados. Ele citou a decisão da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) de anular a prisão preventiva do presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), como exemplo dessa contradição.

“Estou falando sobre o paradoxo de políticos que adotam discurso firme contra o crime organizado, mas que, na realidade, facilitam ações que enfraquecem a prisão de membros envolvidos”, declarou o diretor-geral em entrevista à imprensa. “Precisamos ser mais firmes com o crime organizado, com menos indulgência e mais rigor”, complementou.

Andrei também destacou a importância da “ADPF das Favelas” e ressaltou como prisões do próprio Bacellar, do deputado estadual TH Joias, além da apreensão de uma fábrica de fuzis no Rio, são resultados da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). Este tribunal determinou uma intervenção mais concentrada da Polícia Federal contra os principais grupos criminosos violentos no Estado e suas ligações com agentes públicos.

Durante a conversa, Andrei enfatizou que o termo “crime organizado” não pode ser banalizado, evidenciando a necessidade de enfraquecer financeiramente essas facções.

“Quando tudo passa a ser classificado como crime organizado, perde-se a real dimensão do problema, dificultando a aplicação eficaz das estratégias necessárias. Nosso objetivo é combater de forma eficaz o crime organizado”, disse o diretor-geral.

Andrei também rejeitou o discurso simplista que atribui ao governo federal a culpa pela entrada de armas e drogas pelas fronteiras brasileiras.

“Não podemos transferir responsabilidades. Frequentemente ouvimos que fechar a fronteira resolveria o problema do crime, mas é uma visão simplista que não contribui para soluções reais”, argumentou, lembrando que a fronteira do Brasil com a Bolívia é maior que a dos Estados Unidos e México.

“Não tenho conhecimento de nenhum país que consiga resolver completamente o problema do tráfico de drogas e armas, incluindo os Estados Unidos. Nenhuma nação está livre dessas dificuldades nas fronteiras”, acrescentou Andrei.

De acordo com dados da Polícia Federal, foram realizadas 3.310 operações neste ano, o que representa um aumento de 5,6% em relação ao total de 3.133 no ano anterior. Além disso, o cumprimento de mandados de prisão apresentou crescimento de 10,5% entre 2024 e 2025, passando de 2.184 para 2.413 ações.

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