Chefe de segurança do Metrô do DF é afastado após ‘batizado estilo Bope’

O presidente do Metrô do Distrito Federal, Marcelo Dourado, afastou o chefe de segurança da companhia, Alexandre Amaral, após o vazamento de vídeo que mostra um “batizado” de um segurança, semelhante aos realizados em órgãos militares. Amaral disse que não vai comentar o caso.

Nas imagens, um dos seguranças recebe uma identificação no colete com a inscrição “Policiamento Metroviário” e, aos gritos de “caveira”, recebe três pancadas nas costas com um livro. O grito é uma referência ao símbolo do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. O segurança recebe o título de “agente policial metroviário”.

Segundo o Metrô, nenhum segurança da companhia tem poder de polícia. Em nota, a companhia diz que corre na Câmara Legislativa uma Proposta de Emenda à Lei Orgânica de autoria da deputada Celina Leão (PDT) que regulamenta a criação do cargo de Polícia Metroviária.

A companhia informou que, enquanto isso não ocorre, “repudia qualquer comportamento de seus agentes que não corresponda ao que é autorizado”. “Caso algum segurança ande armado, o Metrô informou que abrirá sindicância com garantia do devido processo legal”, diz a nota.

Decreto
O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, minimizou o fato e prometeu investigação. “A Constituição é clara: a segurança do metrô não tem caráter de polícia. O presidente do Metrô me informou que já está tomando todas as providências.”

O decreto que regulamenta a atividade do corpo de segurança da empresa estabelece que  os agentes atuarão “em todas as áreas de serviço e dependências operacionais do Metrô-DF, especialmente em suas estações, terminais, subestações, linhas, pátios, carros de transporte e centro de controle operacional, visando a prevenção e repressão de crimes e contravenções nas dependências do Metrô-DF e preservação do seu patrimônio”.

Os incisos VI e VII do decreto permitem que o corpo de segurança da companhia possa realizar prisões em flagrante e apreender objetos relacionados com crimes cometidos na área do Metrô.