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Chefes europeus vão a Washington com Zelensky segunda-feira

Todos a caminho de Washington. Após uma reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin no Alasca, que não gerou anúncios, os líderes europeus decidiram apoiar o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acompanhando-o à Casa Branca na segunda-feira (18).
A decisão foi anunciada no domingo (17), pouco antes de uma videoconferência do grupo “coalizão dos voluntários”, que reúne os principais países europeus, a União Europeia, a Otan e países como o Canadá, que discutem um possível acordo de paz entre Ucrânia e Rússia.
Estarão presentes em Washington o presidente francês, Emmanuel Macron; o chefe de governo da Alemanha, Friedrich Merz; a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer; o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
“Estou muito feliz em acompanhá-los amanhã”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que também estará na capital americana.
Zelensky saudou essa “unidade” europeia e disse não saber exatamente o que Putin e Trump discutiram no Alasca. “Gostaria que Trump desse a mim e aos líderes europeus mais detalhes”, acrescentou.
Ele destacou que o que Trump falou sobre garantias de segurança é mais importante que as declarações de Putin, porque acredita que Putin não vai oferecer nenhuma garantia de segurança.
O assunto das garantias de segurança será central nesse encontro. Ursula von der Leyen ressaltou que a disposição de Trump em fornecer tais garantias à Ucrânia, semelhantes ao Artigo 5 da Otan, foi recebida com entusiasmo.
Sem perspectivas de cessar-fogo
Essas conversas diplomáticas vêm após a cúpula em Anchorage, que não resultou em acordo de cessar-fogo, conforme esperado por Trump. Zelensky e os aliados europeus apoiavam um cessar-fogo inicial, mas Trump preferiu um acordo de paz abrangente, sem muitos detalhes.
Ao voltar de Alasca, Trump falou sobre uma garantia de segurança para Kiev, comparável ao Artigo 5 da Otan, mas fora do âmbito da Aliança Atlântica, que a Rússia vê como ameaça.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, explicou que a ideia é criar uma cláusula de segurança coletiva que assegure apoio à Ucrânia de parceiros, incluindo os EUA, preparados para agir em caso de ataque.
Embora a reunião tenha terminado sem anúncios, Trump publicou em sua rede social Truth Social que houve “grandes avanços com a Rússia” e pediu para a população ficar atenta.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, também alertou que, sem acordo, haverá consequências, tanto pela continuação da guerra quanto por novas sanções à Rússia.
Demandas de Putin
Uma fonte próxima das conversas revelou que Putin exige que a Ucrânia renuncie ao controle do Donbass, incluindo Donetsk e Luhansk, uma posição apoiada por Trump. A Rússia também quer congelar as linhas de frente nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia.
Pouco tempo depois de iniciar a invasão, a Rússia declarou a anexação dessas quatro áreas, apesar de ainda não controlar totalmente os territórios.
Zelensky rejeita qualquer concessão de território, argumentando que a Constituição ucraniana o impede de fazer tais concessões.
Cúpula tripartite em vista
Trump sugeriu a possibilidade de uma reunião com Putin e Zelensky, se a visita do presidente ucraniano à Casa Branca for bem-sucedida. Ursula von der Leyen afirmou que essa cúpula deve acontecer o quanto antes.
Porém, Zelensky mostrou pessimismo e disse que até agora a Rússia não indicou que essa reunião ocorrerá.
Três anos e meio após o conflito, o Exército russo controla cerca de 20% da Ucrânia, incluindo quase toda Luhansk e boa parte de Donetsk, com avanços recentes.
A situação é diferente em Zaporizhzhia e Kherson, onde os principais centros urbanos ainda estão sob controle ucraniano.

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