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Chevron: destaque energético apesar do embargo americano à Venezuela
A Chevron tem sido uma das principais empresas no setor energético da Venezuela desde o início das tensões com os Estados Unidos, que começaram com embargos ao petróleo e agora incluem uma escalada nas ações militares.
A gigante americana recebeu recentemente uma autorização renovada de Washington para atuar no país, porém sob uma nova condição: pagar ao governo de Nicolás Maduro com petróleo em vez de dinheiro.
O presidente americano, Donald Trump, implementou em 2019 — durante seu primeiro mandato — o embargo como parte de uma série de sanções destinadas a pressionar Maduro.
Embora Washington não reconheça as reeleições de Maduro em 2018 e 2024, flexibilizou as sanções permitindo que multinacionais continuem explorando o petróleo venezuelano.
A principal autorização foi concedida à Chevron, responsável por mais de um terço da produção petrolífera no país.
A Chevron era também a maior fonte de dólares para o governo local, auxiliando diante das dificuldades da estatal PDVSA em comercializar sua produção, frequentemente enfrentando descontos em transações no mercado informal.
Em julho, Trump autorizou uma nova licença para a Chevron, alterando as regras: os pagamentos agora devem ser feitos em petróleo, não em dinheiro.
Segundo a economista Tamara Herrera, essa mudança prejudica a Venezuela, que precisa revender o petróleo a preços mais baixos e perde a injeção de dólares na economia.
O analista Elías Ferrer considera essa modificação vantajosa, já que a Chevron agora recebe petróleo em vez de bolívares, cuja conversão em dólares bancários para o governo era feita anteriormente.
Ambos concordam que essa alteração contribuiu para o colapso do bolívar e aumentou significativamente a disparidade entre o câmbio oficial e o mercado informal, que ultrapassa 40%.
Essa situação diminui o poder de compra da população e intensifica a inflação, já que o governo não usa mais seus dólares para sustentar o valor do bolívar, conforme explicado por Ferrer.
Muitos especialistas ressaltam que a fragilidade econômica da Venezuela decorre principalmente de anos de má administração de uma economia dependente de recursos naturais. A mudança na licença, apesar de seus impactos imediatos, é um reflexo dessa fragilidade estrutural do país.

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