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Chilenos votam para presidente preocupados com a segurança

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O Chile realizou neste domingo (16) a eleição para presidente com dois principais candidatos: Jeannette Jara, representante da esquerda, e José Antonio Kast, da extrema-direita. A votação aconteceu em meio a uma crescente preocupação da população relacionada à criminalidade, que muitas vezes é associada à imigração irregular.

As urnas foram fechadas às 18h no horário local, equivalente ao horário de Brasília, e os resultados oficiais começaram a ser divulgados às 20h.

Embora o Chile seja reconhecido como um dos países mais seguros da América Latina, o clima eleitoral foi dominado pelo medo do aumento da violência, o que fortaleceu a candidatura da extrema-direita, que propõe medidas rigorosas como deportações em massa e combate severo à criminalidade.

Jeannette Jara, uma moderada comunista que representa uma coalizão de centro-esquerda, e José Antonio Kast, líder do Partido Republicano, despontam como os principais nomes entre oito concorrentes para suceder o atual presidente Gabriel Boric. Nenhum deles, porém, deve alcançar votos suficientes para vencer no primeiro turno, o que resultaria em um segundo turno em 14 de dezembro.

A extrema-direita ainda conta com a candidatura de Johannes Kaiser, do Partido Nacional Libertário, que é comparado ao presidente argentino Javier Milei pelo seu discurso radical.

Alguns eleitores manifestam opiniões fortes sobre a segurança e imigração. Raúl Lueiza, trabalhador da construção de 64 anos, defende o fechamento das fronteiras e a deportação de imigrantes irregulares. Em contrapartida, Patricia Orellana, vendedora de 56 anos, teme que a vitória da extrema-direita represente um retrocesso nos direitos conquistados, particularmente para as mulheres.

A criminalidade no Chile tem mostrado um aumento significativo: os homicídios cresceram 140% na última década, passando de uma taxa de 2,5 para 6 por 100.000 habitantes em 2024, segundo dados oficiais. Além disso, os sequestros também aumentaram consideravelmente, com 868 casos reportados no ano passado, um crescimento de 76% em relação a 2021.

Especialistas alertam que, apesar dos números ainda serem baixos em termos globais, o surgimento do crime organizado e de práticas antes desconhecidas, como os assassinatos por encomenda, está preocupando as autoridades e a população.

Além da presidência, os chilenos votaram para renovar a Câmara dos Deputados e metade do Senado.

Foco na segurança

A segurança pública foi o tema central da campanha eleitoral. A candidata Jeannette Jara deslocou o foco de seus programas sociais para estratégias de combate ao crime, criticando os adversários por explorarem o medo da população.

A ex-ministra do Trabalho destaca que pretende garantir segurança tanto contra a criminalidade quanto econômica, com medidas como o levantamento do sigilo bancário para atacar o financiamento do crime organizado.

Por outro lado, José Antonio Kast, que disputa a presidência pela terceira vez, direcionou sua campanha para a questão da imigração irregular, especialmente dos venezuelanos, propondo deportações em massa e a construção de barreiras físicas nas fronteiras para impedir a entrada de pessoas sem documentação.

O candidato defende que a unidade nacional é necessária para enfrentar os desafios atuais de segurança, coordenando medidas firmes para proteger a população.

Johannes Kaiser, por sua vez, apresenta um discurso ainda mais radical em relação à imigração ilegal, vendo a eleição como um momento decisivo para o posicionamento do Chile no cenário regional e internacional.

Esta eleição definirá se o Chile terá um governo de extrema-direita novamente, após 35 anos do fim da ditadura de Augusto Pinochet.

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