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China faz exercícios militares perto de Taiwan
A China iniciou grandes exercícios militares com munição real nesta segunda-feira (29) em cinco áreas marítimas e aéreas próximas a Taiwan, uma ilha com governo democrático que Pequim reivindica como parte de seu território.
Reconhecida oficialmente por pouco mais de 10 países, a ilha possui governo, forças armadas e moeda próprios. Também conta com os Estados Unidos como seu principal fornecedor de armamentos e segurança.
No início do mês, a Casa Branca aprovou a venda de armas no valor de 11,1 bilhões de dólares a Taipé, o que gerou forte reação do governo chinês.
As manobras, chamadas de “Missão Justiça 2025”, envolvem destróieres, fragatas, soldados, bombardeiros e drones que realizam treinamentos com munição real contra alvos marítimos ao norte e sudoeste de Taiwan, conforme informou o exército chinês.
Após o começo dos exercícios, o Ministério das Relações Exteriores da China alertou que qualquer tentativa de impedir a unificação de Taiwan com a China está destinada ao fracasso.
O porta-voz Lin Jian afirmou que forças externas que buscam conter a China usando Taiwan e que fornecem armas à ilha apenas estimulam a arrogância separatista e colocam o Estreito de Taiwan em risco de guerra iminente.
Exibição de poder militar
O Exército Popular de Libertação (ELP) divulgou um mapa com cinco regiões ao redor de Taiwan onde serão realizados exercícios com munição.
Os treinos focam na capacidade de combate mar-terra, tomada conjunta de superioridade ampla, bloqueio de portos e áreas estratégicas, segundo o coronel Shi Yi, porta-voz do Comando de Teatro Oriental do ELP.
O comunicado do ELP recomenda que embarcações e aeronaves não relacionadas evitem entrar nas áreas e espaços aéreos indicados por segurança.
Taiwan condenou as manobras, com a porta-voz da presidência, Karen Kuo, chamando a ação de intimidação militar.
A Guarda Costeira de Taiwan informou que detectou quatro navios chineses próximos às costas norte e leste da ilha. A força taiwanesa acionou navios de grande porte para posicionamento e enviou unidades de apoio.
O Ministério da Defesa de Taiwan declarou que as manobras chinesas confirmam a postura agressiva da China, tornando-a a maior ameaça à paz.
Contexto e advertências
Nos últimos anos, a China intensificou a pressão sobre Taiwan nos âmbitos diplomático, econômico e militar, com frequentes incursões de aviões e navios em suas proximidades, além de exercícios em grande escala.
As relações azedaram com a ascensão ao poder do Partido Progressista Democrático em 2016. Seu líder e presidente taiwanês desde 2024, Lai Ching-te, considera Taiwan uma nação soberana.
O coronel Shi Yi ressaltou que os exercícios são uma forte advertência contra movimentos separatistas e uma ação legítima para proteger a soberania e a integridade nacional da China.
Segundo a televisão estatal chinesa, um foco dos exercícios é o bloqueio de portos taiwaneses como Keelung, no norte, e Kaohsiung, no sul.
Os planos incluem navios se aproximando da ilha a partir de diversas direções, conforme detalhado por Shi.
Recentemente, a China anunciou medidas firmes para proteger seu território após a venda de armas americana a Taiwan.
Na semana passada, foram impostas sanções a 20 empresas de defesa dos EUA, embora muitas delas tenham pouco ou nenhum comércio com a China.
A disputa diplomática entre Pequim e Tóquio também aumentou, depois que a primeira-ministra japonesa sinalizou possível apoio a Taiwan em um eventual conflito armado.


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