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China finaliza exercícios militares perto de Taiwan
A China anunciou nesta quarta-feira (31) que completou com êxito exercícios militares com uso de munição real ao redor de Taiwan, atividade que o governo da ilha classificou como uma provocação.
Nos dias anteriores, a China lançou mísseis e mobilizou dezenas de caças, navios da Marinha e embarcações da sua Guarda Costeira para cercar o território de 23 milhões de habitantes.
O capitão Li Xi, porta-voz militar chinês, declarou que o Comando do Teatro Oriental do Exército Popular de Libertação (EPL) finalizou com sucesso os exercícios chamados ‘Missão Justiça 2025’.
Ele afirmou também que as tropas continuarão treinando para impedir firmemente quaisquer tentativas dos separatistas da independência de Taiwan e interferências externas.
A Guarda Costeira de Taiwan informou que as embarcações de guerra chinesas ao redor da ilha começaram a se retirar.
Reunificação inevitável
Apesar de Taiwan possuir governo, forças armadas e moeda próprias, e contar com o apoio dos Estados Unidos para segurança, a China a considera parte de seu território e ameaça conquistá-la pela força.
Em mensagem de fim de ano, o presidente chinês Xi Jinping afirmou que a reunificação da pátria é uma tendência irreversível.
Segundo Pequim, os exercícios buscavam simular o bloqueio dos principais portos taiwaneses e ataques a alvos marítimos da ilha.
Por sua vez, as autoridades de Taiwan qualificaram os manobras como altamente provocativas e afirmaram que não houve cerco efetivo ao território.
O vice-diretor-geral da Guarda Costeira de Taiwan, Hsieh Ching-chin, declarou que embora as embarcações chinesas estejam se afastando, algumas continuam patrulhando próximas à área das 24 milhas náuticas, e que Taiwan mantém 11 embarcações destacadas para monitorar a situação.
Ele ressaltou que as autoridades não podem baixar a guarda.
Riscos e reações internacionais
O presidente taiwanês Lai Ching-te alertou que as manobras chinesas não são casos isolados e representam riscos significativos para a região, o transporte marítimo, o comércio e a paz global.
Essas demonstrações de força acontecem após os Estados Unidos autorizarem uma venda recorde de armamentos para Taiwan e declarações da primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi, que sugeriu resposta militar caso haja agressão chinesa.
O governo japonês manifestou preocupação com a intensificação das tensões no estreito de Taiwan, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da Austrália condenou os exercícios como desestabilizadores e também expressou sua apreensão ao governo chinês.
Por outro lado, a China rebate as críticas, chamando-as de irresponsáveis e acusando esses países e instituições de ignorar as forças separatistas de Taiwan que buscam independência por meios militares.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, afirmou em entrevista coletiva que as ações da China são justas e necessárias para proteger sua soberania e integridade territorial, e que as críticas distorcem os fatos.
O Escritório para Assuntos de Taiwan da China também declarou que as manobras foram uma severa advertência às forças separatistas e aos países que interferem externamente.
Durante as operações, Pequim mobilizou destróieres, fragatas, caças e bombardeiros para realizar manobras envolvendo identificação, verificação, advertência e expulsão de alvos, além de simulações de ataques, ações contra objetivos marítimos e operações antiaéreas e antissubmarinas.


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