China pode participar das licitações do Canal do Panamá, diz governo local

O administrador do Canal do Panamá, Ricaurte Vásquez, afirmou que a China terá igualdade de condições para participar da licitação da construção de novos portos na via interoceânica, mesmo diante das pressões dos Estados Unidos para retomar o controle da rota.

Donald Trump, presidente dos EUA, tem afirmado que o canal estaria sob influência chinesa porque a empresa Hong Kong Hutchison Holdings administra os portos de Balboa, no Pacífico, e Cristóbal, no Atlântico.

Em resposta, as autoridades panamenhas declararam que todas as empresas interessadas devem ter oportunidades iguais na concorrência, evitando qualquer tipo de discriminação.

Ricaurte Vásquez ressaltou que a prioridade é garantir a maior competitividade possível nas licitações, sem fazer previsões sobre possíveis conflitos futuros com os EUA caso empresas chinesas sejam responsáveis pelas obras.

Na próxima semana, começam as reuniões para avaliar os consórcios candidatos à construção dos terminais de Corozal e Telfers, nos lados do Pacífico e Atlântico, respectivamente.

Entre os interessados estão empresas de Hong Kong, como Cosco Shipping Ports e Orient Overseas Container Line (OOCL), além de outras internacionais como PSA International, Evergreen, Hapag Lloyd, Maersk e CMA Terminals.

O projeto prevê um investimento de cerca de 8,5 bilhões de dólares para ampliar a capacidade do canal, incluindo a construção de novos portos, um gasoduto e um reservatório adicional, com início das operações planejado para 2029.

Os principais portos do Panamá, próximos ao canal, são operados por empresas de Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e Singapura, enquanto o canal movimenta cerca de 5% do comércio marítimo global.

O controle da rota marítima, administrada pelos EUA por quase cem anos, foi transferido ao Panamá em 31 de dezembro de 1999, conforme acordo firmado em 1977 entre ambos os países.