Chuvas fortes no sul da Espanha causam uma morte

Pelo menos uma pessoa perdeu a vida e outras duas continuam desaparecidas devido às enchentes provocadas por chuvas intensas no sul da Espanha, conforme informado pelos serviços de resgate neste domingo (28).

A Espanha é um dos países europeus mais impactados pelas mudanças climáticas, enfrentando ondas de calor mais longas e chuvas intensas, causadas pelo aumento dos gases de efeito estufa gerados pelas atividades humanas.

O país ainda sente os efeitos das graves enchentes de outubro de 2024, que resultaram em mais de 230 mortes, principalmente na região de Valência, no leste.

“Foi encontrado o corpo sem vida de uma pessoa na área onde buscavam os desaparecidos em Alhaurín el Grande”, na província de Málaga, informou a Agência de Emergências da Andaluzia, acrescentando que suas equipes seguem atuando no local.

Outra pessoa está desaparecida na mesma região, enquanto que os socorristas buscam por uma terceira na cidade de Granada, também na Andaluzia.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram ruas alagadas por conta das fortes chuvas que ocorreram durante a noite em várias cidades do sul da Espanha.

O presidente do governo, Pedro Sánchez, pediu que a população fique em alerta máximo diante das chuvas que atingem diversos pontos do país.

A Agência Estatal de Meteorologia (Aemet) diminuiu o nível de alerta de vermelho para laranja na Andaluzia no final da manhã, porém avisou que a região de Valência permanece sob alerta máximo.

Segundo o órgão, as chuvas fortes devem continuar na segunda-feira em Valência e o nível de perigo é considerado extraordinário devido ao volume de precipitação em 12 horas.

A região de Múrcia, ao sul de Valência, também foi afetada pelas fortes precipitações do domingo.

Reforço das precauções

A Guarda Civil alertou para a possibilidade de chuvas intensas e recomendou que a população redobre os cuidados, evitando atravessar rios e córregos, pois o volume de água pode aumentar repentinamente de forma perigosa.

As enchentes graves que afetaram principalmente Valência em outubro de 2024 causaram insatisfação entre os moradores, que criticaram a gestão da emergência e os serviços de atendimento. Isso ocorreu em meio a um conflito entre o governo central de esquerda e as autoridades regionais de direita quanto às responsabilidades de cada esfera.

Mais de um ano após o ocorrido, a investigação sobre a atuação das autoridades regionais naquele dia segue sendo tema constante na imprensa espanhola.

O então presidente regional, de direita, Carlos Mazón, alvo das críticas, renunciou no início de novembro devido à pressão popular.

Na Espanha, país com governo bastante descentralizado, a responsabilidade pela gestão das catástrofes é das autoridades regionais.