Nairóbi – O impacto do ciclone “Sagar” na Somália já provocou a morte de 27 pessoas e deixou quase 670 mil afetadas nas regiões norte e noroeste do país, conforme o maia recente relatório do Escritório das Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).
O ciclone tropical “Sagar”, formado no Golfo de Aden, que separa o Iêmen da Somália, tocou a terra neste país e no Djibouti no sábado passado, provocando fortes chuvas, ventos e inundações repentinas no litoral da Somália. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) na Somália, o fenômeno provocou chuvas de 150 e 200 mm, o que representa as chuvas de um ano, e é uma das maiores tempestades registradas no país, com ventos de até 120 km/h.
Na Somalilândia, uma região autodeclarada independente no noroeste da Somália, pelo menos 25 pessoas morreram, 12 ficaram feridas e 27 estão desaparecidas após a catástrofe. As autoridades de Somalilândia estimam que o ciclone afetou quase 670 mil pessoas e acabou com 80% das cabeças de gado e com 700 plantações na região. Os 32 pescadores que estavam no mar em 10 pequenos barcos pesqueiros quando o ciclone chegou foram resgatados, segundo fontes oficiais da região.
Na semiautônoma região de Puntlandia, a outra afetada, duas pessoas morreram e danos significativos foram registrados em casas, fazendas e embarcações.
O Conselho Norueguês de Refugiados (NRC) informou na última segunda-feira que duas pessoas morreram e até 30 mil foram afetadas na capital Djibouti, que tem o mesmo nome, e em Balbala, as áreas mais atingidas.
As chuvas na Somália caem depois de dois anos de fortes secas que provocaram dezenas de milhares de deslocamentos forçados, e de sofrer um conflito armado com os movimentos independentistas do norte e ataques terroristas do grupo jihadista Al-Shabaab. Estas são mais intensas já registradas na Somália nos últimos 35 anos.
A tempestade nas partes central e sul da Somália afetaram 772 mil pessoas e deslocaram 230 mil, conforme o último relatório da Ocha. Isto provoca que um total de 5,4 milhões de pessoas no país a necessitar de ajuda humanitária, segundo as estimativas deste escritório da ONU.
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