Cid confirma ter recebido dinheiro em caixa de vinho de Braga Netto

Durante um confronto de depoimentos no Supremo Tribunal Federal (STF), tenente-coronel Mauro Cid reafirmou que recebeu uma quantia em dinheiro vivo acondicionada em uma ‘caixa de vinho’ fechada diretamente do ex-ministro e general Braga Netto. De acordo com a defesa de Cid, o general teria dito naquele momento que “esse é o dinheiro que você havia me solicitado anteriormente”.

Por sua vez, a defesa do ex-ministro alegou que Braga Netto acusou Cid de não dizer a verdade durante a audiência, contestando as afirmações do delator.

Os advogados de Cid anunciaram a intenção de solicitar ao Supremo as imagens das câmeras de segurança e os registros de entrada e saída do Palácio da Alvorada para validar as informações relacionadas à entrega e ao recebimento da ‘caixa de vinho’.

Cid relatou que, depois de receber a ‘caixa de vinho’, a colocou sob sua mesa na sala da ajudância de ordens, e posteriormente entregou o dinheiro ao major Rafael de Oliveira. Ele mencionou não se lembrar exatamente do local da entrega, mas garantiu que ocorreu dentro do Palácio da Alvorada.

“Durante a acareação, Cid manteve-se com a cabeça baixa, enquanto Braga Netto o chamou de mentiroso,” afirmou o advogado José Luis de Oliveira, conhecido como Juca, defensor de Braga Netto ao deixar o Supremo.

Outro ponto de divergência entre os dois envolveu uma reunião realizada na residência do general no final de 2022. Cid confirmou que saiu antes do término do encontro, ao passo que Braga Netto declarou que todos os três militares presentes — Cid e dois soldados das Forças Especiais do Exército — deixaram sua casa juntos.

De acordo com a Polícia Federal, essa reunião teve o objetivo de planejar ações contra autoridades para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante esse encontro, ficou acertado o montante em dinheiro que foi entregue a Cid alguns dias depois, conforme as investigações indicam.