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CIDH debate com Cláudio Castro sobre mortes na Operação Contenção

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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) visitou, nesta quinta-feira (4), o Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, para uma reunião com o governador Cláudio Castro.

Esta missão oficial da CIDH no Brasil tem o objetivo de investigar possíveis abusos de direitos humanos durante a Operação Contenção, que resultou em 122 mortes na Penha, no fim de outubro. Até sábado (6), a comissão também deve se encontrar com familiares das vítimas e residentes que presenciaram os eventos.

O líder da delegação, o mexicano José Luis Caballero, ressaltou o alto índice de fatalidades na operação, justificando a missão no país.

A CIDH, parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), tem o papel de promover e proteger os direitos humanos nas Américas. Caballero destacou ainda a missão de incentivar políticas de segurança e combate à criminalidade que respeitem os direitos humanos, indo além das ações policiais diretas e atacando a lavagem de dinheiro e o financiamento do crime.

Na reunião no Guanabara, a CIDH avaliou o encontro como positivo e apontou o governador Cláudio Castro como acessível e receptivo. O governador, porém, não concedeu declarações à imprensa.

Caballero explicou que a visita busca estabelecer um canal de diálogo entre todos os níveis governamentais — federal, estadual e municipal. A comissão já realizou encontros em Brasília, incluindo com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Ao término da visita, a CIDH planeja entregar um relatório com sugestões ao Brasil, recomendando práticas policiais aprimoradas e cooperação técnica mais efetiva.

Segundo o mexicano, o documento será divulgado em poucas semanas, trazendo propostas concretas de curto prazo para melhorias.

Detalhes da Operação Contenção

A ação policial realizada na Penha em 28 de outubro contou com mais de 2 mil agentes e visava prender líderes da facção criminosa Comando Vermelho. Recentemente, seis policiais militares foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por crimes cometidos durante a operação, incluindo obstrução de câmeras corporais, furto de um fuzil e outros objetos, além de intimidação de moradores.

Logo após a operação, a CIDH condenou a ação e o elevado número de mortes, pedindo ao governo brasileiro uma investigação independente que considere toda a cadeia de comando, responsabilização dos envolvidos e reparação integral para as vítimas e suas famílias.

A nota da comissão apontou ainda que a Operação Contenção reflete um padrão persistente de violência policial em favelas, com dados indicando que as polícias civil e militar do Rio de Janeiro mataram cerca de 1,2 mil pessoas entre janeiro de 2024 e agosto de 2025, sendo a maioria das vítimas de pessoas negras.

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