Economia
CNA defende práticas do agronegócio e rebate investigação dos EUA

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) rejeitou as alegações feitas pelo governo dos Estados Unidos, que acusam o Brasil de adotar práticas injustas no comércio internacional.
Em documento protocolado nesta sexta-feira, a entidade ressaltou que as políticas brasileiras estão de acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e não representam discriminação contra produtos americanos.
Essa controvérsia vem de uma investigação iniciada pelo representante comercial dos EUA (USTR), baseada na Seção 301 da Lei de Comércio americana, que permite que o governo investigue ações estrangeiras no comércio e imponha sanções se necessário. Washington apontou seis áreas de interesse para a investigação, incluindo tarifas preferenciais, acesso ao mercado de etanol e o problema do desmatamento ilegal, temas sobre os quais a CNA enviou respostas oficiais.
Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da CNA, afirmou que o setor do agronegócio brasileiro está profundamente conectado ao mercado global, tanto na compra de insumos quanto na venda de suas mercadorias.
Ela destacou que o Brasil se tornou um grande exportador agrícola graças à sua alta produtividade e competitividade, e expressou confiança de que a investigação americana demonstrará o compromisso do agronegócio e da economia brasileira como um todo.
No documento encaminhado aos EUA, a CNA apresentou os seguintes argumentos:
- A rede de acordos preferenciais do Brasil é limitada, está alinhada com as regras da OMC e compreende somente 1,9% das importações;
- A tarifa de 18% aplicada ao etanol vindo dos EUA é menor do que a cobrada de países do Mercosul, e o programa RenovaBio é aberto a produtores estrangeiros;
- O Brasil possui leis ambientais e sistemas de monitoramento capazes de rastrear a produção e impedir o desmatamento ilegal.
O confronto ocorre num período de tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, com Washington aumentando o uso da Seção 301 para questionar políticas comerciais de diversas nações parceiras.
Atualmente, os EUA são o terceiro maior mercado para os produtos agrícolas brasileiros, atrás apenas da China e da União Europeia. Em setembro, a CNA participará de uma audiência pública no USTR para defender diretamente a posição brasileira.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login