Economia
CNI defende cooperação justa com EUA e uso de canais existentes

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviou um documento ao Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) para responder críticas e destacar os avanços do Brasil em áreas estratégicas no comércio internacional. A CNI reforça que o país não adota práticas que prejudiquem empresas americanas em comércio digital e pagamentos eletrônicos, citando o Pix como inovação similar ao FedNow do Federal Reserve, que promove inclusão financeira e facilita o comércio eletrônico.
A entidade também esclarece que as preferências tarifárias para países como México e Índia seguem acordos internacionais e não afetam a competitividade dos EUA, que já desfrutam de tarifas médias menores no mercado brasileiro. O documento destaca o sólido arcabouço legal anticorrupção do Brasil, ressaltando a independência do Judiciário e a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), que proporcionam segurança e previsibilidade.
Quanto à propriedade intelectual, a CNI cita avanços significativos na redução do tempo de análise de patentes e esforços no combate à falsificação e pirataria. A defesa também contesta críticas sobre o etanol, ressaltando que o Brasil mantém práticas justas e que ambos os países, maiores produtores globais, têm interesse em ampliar a demanda internacional pelo biocombustível.
Sobre o meio ambiente, a CNI destaca o fortalecimento das leis e da fiscalização contra o desmatamento ilegal e o controle rigoroso na produção e comercialização de produtos florestais, com exigência de licenciamento em todas as etapas da cadeia produtiva.
A CNI alerta que restrições às importações podem colocar em risco a relação benéfica entre os dois países e incentiva o uso dos canais de cooperação já estabelecidos para manter uma relação comercial justa e recíproca.
Além disso, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) também reforçou sua posição, abordando três pontos da investigação americana: tarifas preferenciais, acesso ao mercado do etanol e combate ao desmatamento ilegal.
Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da CNA, afirmou que o Brasil é um exportador agrícola competitivo e que o comércio com os EUA é pautado pela transparência e regras claras. A CNA esclareceu que as tarifas preferenciais são limitadas e alinhadas com acordos internacionais, não prejudicando as exportações americanas.
Sobre o etanol, foi destacado que, apesar da alíquota de 18% imposta aos Estados Unidos, ela é inferior à dos países do Mercosul, e a política é transparente e justa. A cooperação bilateral em bioenergia e combustíveis sustentáveis é defendida como essencial para a descarbonização global.
No que tange às acusações de desmatamento ilegal, a CNA ressaltou a legislação ambiental avançada do Brasil e a utilização de sistemas para rastrear e garantir a conformidade na produção agrícola e exploração da madeira.

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