Economia
CNI reduz previsão de crescimento e sinaliza perda de US$ 5 bilhões nas exportações devido a tarifas dos EUA
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo sua previsão de crescimento da indústria para 2025, ajustando de 2% para 1,7%, em decorrência dos juros elevados e das dificuldades no cenário internacional. Apesar dessa revisão, a projeção para o PIB do Brasil permanece em 2,3%, impulsionada pelo crescimento do setor agropecuário, que teve sua estimativa elevada de 5,5% para 7,9%, e pela manutenção de um mercado de trabalho robusto.
Um fator importante de preocupação é o aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos, que aplicaram uma alíquota de 50% sobre parte das exportações brasileiras. A CNI estima que essa medida possa reduzir as exportações em mais de US$ 5 bilhões neste ano, o que resultaria numa diminuição da previsão para US$ 341,9 bilhões. Consequentemente, o superávit comercial do Brasil pode reduzir 14% em relação a 2024, ficando em torno de US$ 56,6 bilhões.
Mário Sérgio Telles, diretor de Economia da CNI, destaca que a política comercial americana representa um risco ao desempenho da indústria nacional. Grande parte da diminuição nas exportações é causada pelo aumento dessas tarifas, e é fundamental que essas taxas adicionais sejam diminuídas. Medidas compensatórias anunciadas pelo governo são positivas, no entanto, não conseguem substituir o mercado dos Estados Unidos para muitas empresas e setores.
Para 2025, espera-se que a indústria de transformação cresça apenas 1,5%, após um avanço de 3,8% no ano anterior. O setor da construção deve apresentar um crescimento de 2,2%, impulsionado pelo programa Minha Casa, Minha Vida, enquanto a indústria extrativa deve crescer 2%, motivada pela produção de petróleo. O setor de serviços terá uma expansão moderada de 1,8%.

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