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Colômbia lança ação militar para frear violência

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A Colômbia iniciou uma operação militar para combater os grupos guerrilheiros responsáveis por dois ataques violentos ocorridos ontem, que resultaram em 19 mortes, colocando o país na mais grave crise de violência em dez anos.

O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, esteve hoje na área próxima a uma escola de aviação militar, onde ontem 6 civis perderam a vida e mais de 60 pessoas ficaram feridas devido à explosão de um caminhão-bomba, em Cali, a terceira cidade mais populosa do país. Sem revelar muitos detalhes, o ministro anunciou uma intervenção para proteger a região do crime e do terrorismo.

Na manhã de ontem, guerrilheiros derrubaram um helicóptero e enfrentaram policiais em um ataque com fuzis e um drone equipado com explosivos, vitimando 13 policiais em uma zona rural do departamento de Antioquia. Horas depois, um caminhão carregado de explosivos foi detonado em frente a uma base aérea militar em Cali.

As autoridades responsabilizam as duas dissidências das Farc, que não aceitaram o acordo de paz firmado em 2016 com a maior parte do grupo guerrilheiro.

Pedro Sánchez destacou que, em cinco regiões onde esses grupos atuam, houve redução de crimes como extorsão, homicídios e recrutamento infantil, o que gerou a reação desesperada de usar o terrorismo, uma arma cruel e insana.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou de uma cúpula na Colômbia hoje, manifestou solidariedade: “Nossos corações estão com as vítimas dos ataques.”

Erro de inteligência

“Estamos enfrentando uma máfia internacional com grupos armados atuando aqui”, declarou o presidente Gustavo Petro após se reunir com os líderes militares em Cali por volta da meia-noite de ontem.

Como primeiro presidente de esquerda da Colômbia, Petro tem sofrido críticas pelo aumento da violência e pela sua política de privilegiar o diálogo com os grupos armados ao invés de declarar guerra contra eles.

O prefeito de Cali admitiu na Rádio Blu que houve um erro de inteligência que precisa ser corrigido. No local do ataque, havia outro caminhão com explosivos que não detonou, o que poderia ter causado uma tragédia ainda maior.

O Ministério Público comunicou que duas pessoas foram presas relacionadas ao ataque. Uma delas foi detida pela comunidade no local dos fatos, segundo Petro. Conhecido como Sebastián, ele é apontado pelas autoridades como integrante do maior grupo dissidente das antigas Farc, o EMC, liderado por Iván Mordisco.

Eleições

O acordo de paz assinado em 2016 com as Farc trouxe estabilidade ao país após décadas de conflito armado, mas deixou um vácuo de poder em várias regiões, explorado por grupos guerrilheiros dissidentes, paramilitares e cartéis envolvidos no narcotráfico, extorsão e mineração ilegal.

Essas dissidências foram responsabilizadas por diversos ataques recentes, incluindo o assassinato do senador conservador e pré-candidato à Presidência Miguel Uribe. O pai dele, com o mesmo nome, anunciou hoje sua candidatura pela direita nas próximas eleições, que terão a segurança como tema central.

Segundo Laura Bonilla, vice-diretora da fundação Paz e Reconciliação, “as guerrilhas tentam pressionar o governo e criar um clima de preocupação relacionado às eleições de 2026”.

Em maio de 2026, a Colômbia escolherá o sucessor de Petro, que não poderá concorrer por limitação legal. Durante seu governo, a produção de cocaína no país alcançou níveis históricos, conforme dados da ONU.

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