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Colômbia lança primeiro batalhão de drones para enfrentar grupos armados

O Exército colombiano revelou recentemente seu primeiro batalhão equipado com drones, projetado para atacar e proteger contra grupos ilegais armados, como as guerrilhas, que têm utilizado essa tecnologia para atacar tanto forças militares quanto civis, alterando o cenário do conflito armado.
Na base aérea militar de Tolemaida, que é o principal centro de treinamento das forças públicas do país, o Exército demonstrou um conjunto de drones equipados com tecnologia como inteligência artificial, capazes de localizar e atacar organizações envolvidas com narcotráfico e mineração ilegal.
Com um design que lembra aviões ou hélices semelhantes às de helicópteros, estas aeronaves podem identificar rostos, acompanhar veículos e algumas têm autonomia para voar até 45 km.
Segundo o general Carlos Padilla, comandante da divisão de aviação do Exército, “o conflito na Colômbia tem evoluído com o uso de avanços tecnológicos, especialmente com pequenas aeronaves não tripuladas”. Ele destacou que este batalhão é o primeiro do tipo na América Latina.
Desde o ano passado, grupos guerrilheiros que não aceitaram o acordo de paz de 2016 com as Farc começaram a usar drones modificados para lançar explosivos contra as forças públicas. Padilla aponta que, em um ano e meio, já ocorreram mais de 350 ataques, resultando em 15 militares mortos e aproximadamente 170 feridos.
O general explicou que os insurgentes receberam treinamento de grupos terroristas estrangeiros e criaram uma forma artesanal, porém rápida, de realizar esses ataques.
As Forças Armadas planejam que cerca de 400 pilotos, com número equivalente de drones, façam parte de uma base especializada que será construída no departamento de Boyacá. Padilla acrescentou que “esses drones nos proporcionam uma capacidade de vigilância aérea em uma profundidade antes inimaginável”.
Embora o Exército não reconheça no momento uma guerra de drones tão intensa quanto a que ocorre entre Ucrânia e Rússia, Iris Marín, líder da organização de defesa dos direitos humanos Defensoria do Povo, alertou que ataques realizados por grupos ilegais usando drones também têm impacto sobre civis, incluindo crianças.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, que assumiu em 2022, ainda busca um acordo de paz com esses grupos armados. Ele suspendeu a compra de armamentos dos Estados Unidos e de Israel, que são os principais aliados militares da Colômbia, embora tenham divergências ideológicas, e tem incentivado a produção local de armamentos.

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