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Colômbia propõe governo de transição para a Venezuela
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, manifestou-se contra um desmantelamento violento do regime chavista na Venezuela e defendeu a implementação de um governo de transição, em meio a tensões crescentes com os Estados Unidos devido a ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico.
Em uma mensagem extensa publicada no X próxima à meia-noite de quinta-feira, o líder de esquerda revelou ter tentado mediar, juntamente com o ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, uma possível saída do governo de Nicolás Maduro antes das eleições controversas marcadas para julho de 2024.
Embora tenha reconhecido que essas tentativas não alcançaram sucesso, Petro ressaltou a importância de um governo de transição compartilhado, capaz de convocar uma ampla participação popular que decida sobre acordos e abra caminho para a democracia, sem pressões externas inapropriadas.
Os comentários do presidente colombiano ocorrem no momento da pior crise entre os Estados Unidos e a Colômbia, aliados históricos que hoje se encontram em posições contrárias devido a divergências em políticas antidrogas, imigração entre outros temas.
Mais alinhado com Maduro do que com seu homólogo americano Donald Trump, Petro se posiciona contra qualquer invasão estrangeira à Venezuela.
Ele alertou que um desmantelamento agressivo do atual Estado venezuelano poderia fortalecer grupos armados e milícias que buscam controlar territórios. O presidente colombiano não reconhece as eleições que garantiram um terceiro mandato a Maduro, embora mantenha relações diplomáticas com seu governo.
Para Maduro, os ataques a navios suspeitos de tráfico ordenados pelos EUA escondem uma tentativa de derrubá-lo. As operações militares, classificadas por Petro como execuções extrajudiciais, já resultaram em mais de 80 mortos em águas internacionais.
Além da Colômbia, os governos progressistas do México e do Brasil também participaram das tentativas de mediação sobre a crise venezuelana.
Petro enfatizou que o impasse, eleições contestadas, o aumento do bloqueio e a ameaça militar estrangeira impedem uma solução política que deve emergir do povo venezuelano.
Em abril de 2023, representantes diplomáticos globais reunidos em Bogotá concordaram em apoiar uma redução das sanções americanas contra a Venezuela, desde que Maduro se comprometa a garantir eleições mais transparentes.

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