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Colômbia propõe governo temporário e anistia na Venezuela
Gustavo Petro, presidente da Colômbia, afirmou nesta quarta-feira (10) que é momento de instituir uma anistia geral e implementar um governo temporário na Venezuela, durante a cerimônia da entrega do Nobel da Paz, prêmio concedido à opositora venezuelana María Corina Machado.
Crítico das pressões de Washington sobre Caracas e das eleições venezuelanas que reelegeram Nicolás Maduro, Petro defende uma solução pacífica para o cenário político interno.
“A solução para a Venezuela envolve mais democracia. É hora de uma anistia ampla e da formação de um governo de transição que inclua todas as partes”, escreveu o líder colombiano em sua rede social X, enquanto Machado estava a caminho de Oslo em uma viagem secreta.
Na capital norueguesa, Ana Corina Sosa Machado, filha da laureada, recebeu o Nobel em seu lugar e discursou contra a “brutal ditadura”, já que sua mãe não chegou a tempo para a cerimônia.
Desde agosto de 2024, a opositora está na clandestinidade, mas teria abandonado a Venezuela e segue em trânsito.
Venezuela e Colômbia enfrentam pressão dos Estados Unidos, que intensificaram operações militares contra o narcotráfico nas regiões do Caribe e Pacífico, resultando em 87 mortos desde setembro.
Petro ressaltou que Maduro deve compreender que a resposta a uma agressão externa não é apenas o recrutamento militar, mas uma transformação democrática. “É com mais democracia que se protege uma nação, não com repressões ineficazes”, afirmou o presidente, alertando ainda sobre possíveis violações da soberania de países latino-americanos pela Casa Branca.
Para Maduro, a verdadeira intenção por trás da mobilização militar dos EUA é sua derrubada.
Em agosto de 2024, o presidente colombiano já havia sugerido suspender todas as sanções contra a Venezuela e promover uma ampla anistia nacional e internacional.
Petro também participou da mediação para libertar presos políticos na Venezuela, muitos deles colombianos detidos sob acusação de serem “mercenários”.
De acordo com dados recentes do Fórum Penal, existem pelo menos 893 pessoas presas por motivos políticos na Venezuela.


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