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Com 14 prisões e motivo sem definição, ataques a ônibus em SP chegam a 530

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A cidade de São Paulo registrou seis novos ataques a ônibus entre segunda-feira (21/7) e terça-feira (22/7), afetando diversas áreas do município. Desde 12 de junho, foram contabilizados 530 veículos do sistema de transporte municipal danificados, conforme dados da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e da SPTrans.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), 14 pessoas foram detidas até o momento sob suspeita de envolvimento nos recentes atos de vandalismo. Na última segunda-feira, três homens foram presos em flagrante em diferentes regiões da capital — norte, sul e centro.

Na zona norte, um homem de 38 anos foi capturado na Avenida Deputado Cantídio Sampaio após atacar um ônibus e agredir o motorista e um passageiro. A SSP não divulgou detalhes sobre a ocorrência na zona sul, localizada na Avenida Domingo de Morais, porém confirmou que não houve feridos.

Já no centro, próximo ao bairro Campos Elíseos, um indivíduo foi levado à delegacia da Guarda Civil Metropolitana (GCM) ao ser encontrado com objetos utilizados para os ataques. Ele prestou depoimento no 3° Distrito Policial e foi liberado posteriormente.

As apurações estão a cargo do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com suporte de divisões regionais e da Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber). O órgão reforça a importância da formalização dos boletins de ocorrência pelas empresas de transporte para auxiliar a investigação policial.

Paralelamente, a Polícia Militar intensificou as rondas pelo estado, por meio da “Operação Impacto – Proteção a Coletivos”. A Secretaria enfatiza que as forças de segurança seguem empenhadas em identificar e prender os autores dos ataques.

Possíveis motivações dos ataques

A investigação considera múltiplas hipóteses para os episódios de vandalismo, incluindo disputas comerciais entre empresas de ônibus e desafios que circulariam na internet, mas não há confirmação de qual motivação é principal até o momento.

O diretor do Deic de São Paulo, Ronaldo Sayeg, declarou em entrevista coletiva no dia 3 de julho que está afastada a possibilidade de que os atentados sejam ação coordenada por organizações criminosas.

Além disso, o vice-governador Felício Ramuth (PSD) mencionou que o caso pode estar relacionado a desafios populares em plataformas digitais. O delegado do Deic, Fernando Santiago, informou que há monitoramento dessas redes, mas que ainda não há provas que conectem diretamente os ataques a esses desafios.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou a Polícia Civil pela demora em desvendar as causas e identificar os responsáveis pelas depredações.

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans reiteram seu repúdio aos atos e destacam que colaboram integralmente com as investigações. Também orientam as concessionárias a reportarem imediatamente incidentes à Central de Operações e às autoridades policiais e ressaltam que veículos danificados devem ser substituídos para garantir o serviço aos passageiros, sob pena de penalidades.

Resumo do relatório policial

Um estudo da Polícia Civil de São Paulo compilou dados sobre os ataques a ônibus na região metropolitana da capital entre 21 de maio e 5 de julho. Foram analisados 191 boletins registrados pelas empresas de transporte.

A zona sul concentrou mais ataques (85), seguida da zona oeste (65), da zona leste (19), do centro (16) e da zona norte (6).

As vias mais afetadas incluem a Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, Avenida Interlagos, Avenida Vereador João de Luca e Avenida Cupecê na zona sul; Avenida Brigadeiro Faria Lima, Avenida Corifeu de Azevedo Marques e Rodovia Raposo Tavares na zona oeste; e na zona leste, Avenida Sapopemba e Avenida Senador Teotônio Vilela.

Quase 70% dos ataques ocorreram entre quintas-feiras e sábados, com 65 ocorrências somente em quintas-feiras. As empresas de transporte mais afetadas foram Vidazul Transportes, Sambaíba, Viação Campo Belo, Via Sudeste, Viação Gatusa, Viação Grajaú, Transpass e Mobibrasil, que liderou com cerca de 40 ataques, o equivalente a aproximadamente 30% do total.

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