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Com dificuldade para cumprir prazo, GDF só desativará lixão em setembro
O presidente do Serviço de Limpeza Urbano, Gastão Ramos, afirmou na manhã desta segunda-feira (14) que a desativação completa do lixão da Estrutural e a abertura do novo aterro sanitário devem ocorrer até meados de setembro – descumprindo o prazo do governo federal, que é 2 de agosto. O prazo foi estabelecido por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos e vale para todo país. De acordo com Ramos, dificuldades com os órgãos controladores atrasaram o procedimento no Distrito Federal.
“Tivemos ao longo de todo esse processo algumas dificuldades com os órgãos controladores, tivemos com as empresas. Fizemos várias licitações. Estamos fazendo desde dezembro de 2012. Algumas licitações conseguimos colocar, como a parte de infraestrutura”, disse o presidente do SLU.
O não cumprimento da norma prevê que os municípios fiquem impedidos de pegar empréstimos e recursos do governo federal. Em relação a isso, Ramos disse que é preciso lembrar que o DF já implantou a coleta seletiva e construiu centros de triagem, como determinado.
Dados do GDF mostram que são produzidos 2,7 mil toneladas de lixo orgânico por dia no espaço, que funciona de maneira improvisada há 50 anos. As proximidades do fechamento do maior lixão a céu aberto do país têm preocupado quem trabalha no local.
Catador há 18 anos, Paulo Veloso da Silva sustenta as seis pessoas da família com o que consegue retirar de lá. “Se desativar isso aqui, nós vamos trabalhar onde mesmo? Eu não sei onde a gente vai trabalhar”, disse. “A gente quer um galpão para trabalhar. Não pode deixar esse monte de gente sem trabalhar, não.”
O catador Eronildo Oliveira, que passa 15 horas por dia no lixão e tira em média R$ 600 por semana, afirma que o GDF prometeu uma indenização. “É de R$ 10 mil a R$ 12 mil, e eu acho que essa não vai sair. Não vejo ninguém fazendo nada por isso. Vão fechar aí e deixar por isso mesmo.”
Já quem mora por perto comemora o fechamento do lixão. “Esse cheiro incomoda demais”, disse da doméstica Aurimar Sabiá.
O novo aterro sanitário fica em Samambaia, perto da Estação de Tratamento de Esgoto da Caesb. Ainda é possível ver manilhas espalhadas e restos de material de construção no local. Serão 30 hectares de área – o correspondente a 30 campos de futebol. O espaço terá capacidade para receber até 68 mil toneladas de lixo por mês, uma média de 2,2 toneladas por dia.
Moradores das proximidades estão indignados. O ajudante de bomba Josevaldo Aguiar reclamou. “O pessoal não vai se sentir bem, não. Por quê? Porque traz mau cheiro.”
O vigilante Antônio Veras também criticou. “Já tem muito inseto aqui. Tem muito mosca. Tem um fedor aqui do lado, que é um transtorno.”
Fonte: G1
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