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Com paralisação de rodoviários, paradas de ônibus amanhecem cheias nesta quarta
Os rodoviários das empresas Pioneira, Marechal e São José se uniram aos da Riacho Grande e da Cooperativa de Transportes do Distrito Federal (Cootarde) em uma paralisação, na manhã desta quarta-feira (16/7). Com isso, mais de 1,5 mil ônibus não saíram das garagens, prejudicando cerca de 60% da população do Distrito Federal.
Os passageiros que chegam à Estação do BRT do Gama não conseguem embarcar nos ônibus. Por volta de 7h30, revoltados com a situação, dezenas de pessoas ocuparam a DF-480, a principal via de acesso a Brasília, em um protesto pacífico. Eles ameaçaram caminhar em direção à entrada da cidade para fazer um novo bloqueio, o que complicou o trânsito. Após três horas, a Polícia Militar conversou com o grupo, que liberou as faixas.
Morador do Gama, o assistente de informática, André Luis, 39 anos, contou que conseguiu embarcar em um circular até a estação, mas ao chegar teve que desembarcar junto a dezenas de pessoas. “Não tem como ir para o trabalho, nem voltar para casa”, disse André.
As paradas de ônibus amanheceram cheias no Guará. Sem os serviços da empresa Marechal, os moradores recorreram ao transporte pirata em carros e vans. Os poucos ônibus que passavam não paravam e indicavam “recolhe”, “garagem” e “especial” nos letreiros.
O diretor-geral do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), Jair Tedeschi, informou que os funcionários da Pioneira, Marechal e São José não receberam o abono salarial prometido para junho. Segundo ele, o governo tenta um acordo com as empresas, que dizem não ter condições de fazer o repasse sem o pagamento do governo. Tedeschi explicou que não há como o DFTrans colocar ônibus extras na rua, mas garantiu que há negociações desde o início da manhã.
Nessa terça-feira (15/7), o discurso oficial era de tranquilidade e de garantia de volta do serviço à normalidade. Lúcio Lima, diretor DFTrans, enfatizou ontem à noite que havia acordo entre todas as partes envolvidas na greve. “Já encontramos solução para o problema da Riacho Grande e da Cootarde”, assegurou.
O sindicato dos rodoviários, no entanto, afirmou que os trabalhadores só voltam à ativa com o pagamento dos salários. Em Planaltina, região atendida pela Riacho Grande, que também opera em Recanto das Emas, havia insatisfação da categoria com a empresa, mas se confirmou o pagamento dos vencimentos e o fim de greve. “Eles (empresários) dizem que vão pagar todo dia 10, mas sempre atrasam”, reclamou José Carlos da Fonseca, diretor da entidade que representa os rodoviários.
Em Santa Maria, onde fica a garagem da Cootarde, não houve acordo, segundo a cooperativa. Leandro Pereira, diretor do sindicato e um dos presentes à paralisação dos ônibus da empresa, comentou não ter recebido nenhuma resposta.
Fonte: Correio Web
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