Com repasse da Prefeitura de SP atrasado, ONG que atende crianças da Zona Leste ameaça fechar

O CCA atende 188 crianças e adolescentes de seis a 14 anos da região em situação de vulnerabilidade social e extrema pobreza, em horário oposto ao da escola. A ONG opera há sete anos em parceria com a Secretaria municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), responsável pelo repasse de recursos. O valor mensal destinado à ONG é de R$ 60 mil para custear alimentação, 12 funcionários, material pedagógico e outras despesas.

O dinheiro deveria ter sido pago no começo de julho, mas, segundo a Prefeitura, o repasse ocorreu nesta terça (1°). “O repasse do Centro para Crianças e Adolescente São Pedro Apóstolo foi realizado ontem (1 de agosto) e será liberado no dia 4”, disse em nota.

Camila Prada, voluntária da ONG, revela que até 2016, o contrato era renovado a cada 24 meses. A atual administração, porém, tem prorrogado o convênio apenas mensalmente, deixando um clima de incerteza em relação a continuidade do serviço. A entidade afirma que não têm condições financeiras de operar sem a verba municipal. Ainda de acordo com Camilia, 63 crianças aguardam na fila de espera para serem atendidas pelo serviço. “Nesse momento de crise tinha que ampliar o serviço e não fechar.”

À reportagem, funcionários da unidade disseram que o CCA só abriu as portas nesta quarta-feira (2) após receber doações de alimentos da comunidade e que os funcionários já estão de aviso prévio.

O convênio entre a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) foi renovado até 31 de agosto, conforme publicado no Diário Oficial. No entanto, a voluntária da ONG garante que o valor não foi repassado. “É lindo ver no Diário Oficial, mas e depositar o dinheiro? A gente não tem como pagar os funcionários. Por isso que vamos fechar”, explicou.

Conforme noticiou no sábado (30), diversos serviços de assistência social na cidade estão sofrendo cortes e alterações. No dia 25, o secretário da pasta, Filipe Sabará, publicou um decreto modificando o atendimento à população de rua.

Nesta segunda-feira (31), profissionais ligados ao serviço de assistência social protestaram em frente ao COMAS, no Centro, contra o que afirmam ser um processo de “desmonte” dos serviços de assistência social.