Um incêndio atingiu na madrugada desta quarta-feira (20) dois quartos no terceiro andar do antigo hotel Torre Palace, no centro de Brasília. A faixa do Eixo Monumental mais próxima à estrutura foi interditada. De acordo com o Corpo de Bombeiros, um dos muros na lateral – construído após a retirada, em junho, de representantes de movimentos sociais que passaram oito meses ocupando prédio – estava quebrado. A suspeita é de alguém tenha invadido o local para atear o fogo para se aquecer.
A Polícia Militar informou que aguarda o trabalho dos bombeiros para fazer uma varredura no espaço. O hotel tem 14 andares e 140 apartamentos. Ele havia se transformado em ponto de uso de drogas e convivência de moradores de rua depois de ter sido desativado pelos donos no início de 2013.
As janelas do edifício têm uma vista privilegiada do Congresso Nacional, da Esplanada dos Ministérios, da Catedral Metropolitana, do Museu da República, da Torre de TV e do estádio Mané Garrincha, todos instalados no Eixo Monumental. Com pichações na fachada, os vidros das janelas e do hall de entrada já tinham sido quebrados em atos de vandalismo.
Desocupação
A ação custou pelo menos R$ 309 mil para o governo e aconteceu no dia 5 de junho. Dois helicópteros foram acionados, e policiais militares dispararam balas de borracha e usaram bombas de efeito moral para intimidar os 12 adultos que resistiam à retirada. Quatro crianças, incluindo dois bebês de colo, também estavam no local.
Silva é apontado pela polícia como o responsável por forçar um grupo de 80 pessoas, filiadas ao movimento, a pagar entre R$ 50 e R$ 300 aos líderes do MRP. Na época da prisão, a polícia tinha informado que Edson Silva levava uma vida confortável de classe média.
Com o dinheiro supostamente conseguido com o esquema, ele teria comprado um carro avaliado em R$ 85 mil e morava com a mulher em um apartamento em um edifício com área de lazer completa e junto a um parque em Taguatinga. Silva tinha sido preso com outras seis pessoas, incluindo a mulher, Ylka Carvalho.
Para o delegado Luís Henrique Sampaio, titular da delegacia de Repressão ao Crime Organizado, o patrimônio dos suspeitos não condizia com a realidade deles, que diziam militar por moradia. “O líder ocultava essa riqueza. Quando ele ia para o acampamento, passava com o carro longe, porque tinha medo de chamar a atenção.”
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