Economia
Comitê do BC garante que fim do Banco Master não afeta finanças do país
O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) reiterou em sua 63ª reunião que a liquidação extrajudicial do Grupo Master não representa perigo ao Sistema Financeiro Nacional (SFN). O Banco Central decidiu recentemente pela liquidação do Banco Master S.A. e demais instituições vinculadas, devido a uma severa crise de liquidez e ao descumprimento de normas bancárias.
O Comef, órgão interno e consultivo do Banco Central, tem como missão principal avaliar a estabilidade financeira e estabelecer estratégias para minimizar riscos sistêmicos no SFN.
De acordo com o Comitê, o conglomerado é de pequeno porte, correspondendo a apenas 0,57% dos ativos totais e 0,55% das captações do SFN, estando classificado no segmento S3 da regulação prudencial. Por isso, conclui, o caso não gera risco de instabilidade sistêmica.
Além disso, o Regime de Administração Especial Temporária (RAET) aplicado ao Banco Master Múltiplo S.A. foi implementado para garantir a operação normal da Will Financeira S.A. CFI. Conforme descrito na ata, “o RAET permite que a controlada Will Financeira S.A. CFI funcione enquanto estão em andamento negociações para preservar suas atividades”.
O documento ressalta preocupações relevantes quanto aos crescentes riscos tecnológicos no setor financeiro. O Comitê destaca que, apesar da digitalização e inovação serem essenciais para a inclusão financeira e eficiência, é necessário melhorar os sistemas de gestão de riscos, principalmente relacionados a ataques cibernéticos.
Entre as vulnerabilidades destacadas estão a dependência de serviços terceirizados, uso extensivo de APIs sem avaliação periódica, falta de monitoramento operacional eficaz e dificuldades na gestão de incidentes e fraudes.
O Comef apoia a criação de ecossistemas resilientes que possuam mecanismos fortes de resposta a incidentes, gestão de crises e prevenção contra fraudes.
Recentes alterações na regulação, como a norma para prestação de serviços de ativos virtuais, regras para encerramento compulsório de contas, maiores exigências de capital para instituições, novos padrões de governança para Provedores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI) e limites para transações por instituições não autorizadas via PSTIs, fortalecem a segurança do sistema financeiro.
A confiança, a reputação e a conduta ética das instituições financeiras, de seus controladores e dirigentes são destacados como elementos cruciais para a estabilidade do sistema. O Comitê enfatiza que a supervisão do Banco Central é rigorosa e conduzida com discrição, frequentemente em cooperação com outras autoridades.
“O Comitê acompanha atentamente os cenários interno e internacional e está disposto a agir para evitar impactos desproporcionais nos preços dos ativos locais. Além disso, acredita que políticas macroeconômicas que promovam previsibilidade fiscal e reduzam volatilidade e riscos contribuem para a estabilidade financeira e melhoram a capacidade de pagamento dos agentes”, afirmam os membros.


Você precisa estar logado para postar um comentário Login