Economia
Como evitar golpes online

Com o avanço das tecnologias digitais, os criminosos deixaram de usar armas para roubar dinheiro das pessoas. Atualmente, a vítima transfere todo o saldo de sua conta corrente sem sequer conhecer o criminoso. E quando percebe o roubo, já é tarde. Embora existam variados tipos de fraudes, algumas se destacam pela frequência com que ocorrem.
O phishing é a fraude online mais comum, em que criminosos se passam por bancos para obter dados pessoais das vítimas, como senhas, informações bancárias e números de cartões de crédito. Estas fraudes geralmente chegam por e-mail, SMS ou WhatsApp.
As mensagens pedem que os usuários cliquem em links para “atualizar dados”, “resolver problemas na conta” ou “resgatar prêmios”. Ao clicar, a vítima é direcionada a sites falsos que roubam suas informações.
Vulnerabilidade digital
A internet facilitou o gerenciamento financeiro, eliminando a necessidade de deslocamento até agências. Contudo, estas inovações trouxeram riscos, pois as pessoas ficam mais expostas a fraudes digitais.
Em 2025, 46,4 milhões de brasileiros relataram ocorrer fraudes digitais no último ano, conforme pesquisa do Datafolha. Essa mudança indica que criminosos focam cada vez mais em golpes e extorsões digitais.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025 destaca uma queda de 15,2% nos roubos físicos, mas um aumento de 17% nos golpes eletrônicos.
Golpes no WhatsApp
Haroldo Mendes, 65 anos, foi vítima do famoso golpe pelo WhatsApp, em que um criminoso se passou por sua filha. Usando desculpas sobre o celular quebrado, o golpista pediu dinheiro para pagar contas, prometendo devolver no dia seguinte.
Após várias transferências, o banco bloqueou a conta de Haroldo, mas o prejuízo já estava feito. Mesmo diante de dúvidas, Haroldo tentou ajudar, o que levou sua família a perder mais dinheiro até a descoberta do golpe ao ligar para a verdadeira filha.
Sinais de golpes digitais
O Brasil enfrenta cerca de 5,3 mil tentativas de golpes digitais por hora, segundo o Datafolha. As fraudes variam desde lojas falsas até clonagem de cartões e documentos adulterados.
Segundo Joaquim Guerra, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-PE, os golpes costumam ter sinais claros: mensagens com urgência, links estranhos, pedidos de dados sigilosos e erros de português. Desconfie de contatos inesperados que se dizem bancos ou órgãos oficiais.
Fraude em loja falsa
Mariana Lima, 25 anos, sofreu golpe ao comprar em uma loja falsa no Instagram. A página usava imagens de outros estabelecimentos e oferecia preços muito baixos. Mariana pagou R$ 80 via Pix, mas nunca recebeu as bolsas compradas.
O site da loja falsa tinha muitos seguidores e conteúdo aparente confiável, reforçando a credibilidade da fraude. Após denúncias, a página falsa foi removida.
Direitos das vítimas
A legislação garante reparação integral por danos materiais e, em alguns casos, morais. A inversão do ônus da prova facilita a defesa do consumidor, cabendo à instituição provar que não houve falha.
A Justiça costuma responsabilizar bancos e plataformas digitais por falhas na segurança ou falta de orientação adequada aos usuários. Também é possível ação por danos morais, caso o golpe cause constrangimentos ou prejuízos à reputação.
O primeiro passo é reclamar junto ao banco ou plataforma, depois registrar boletim de ocorrência. Se não houver solução extrajudicial, o consumidor pode recorrer ao Procon e à Justiça, seja nos Juizados Especiais, para valores até 40 salários mínimos, ou na Justiça comum.
Recomendações para prevenção
Eronides Meneses, delegado da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos de Pernambuco, ressalta a importância da atenção e desconfiança. Ele alerta para não agir com pressa diante de ofertas urgentes, pois esse é um gatilho usado pelos golpistas.
Buscar conhecimento sobre os tipos de golpes e como aplicar medidas de segurança digital diariamente dificulta que pessoas sejam vítimas.
Eronides Meneses recomenda guardar provas como prints, conversas, números de telefone e comprovantes de transferência para apresentar junto à denúncia à Justiça.

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