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Economia

Como evitar os juros altos do cartão de crédito

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O cartão de crédito é uma parte fundamental do consumo dos brasileiros. Em 2025, o Banco Central do Brasil registrou 5 milhões de transações nessa modalidade, tornando-o o método preferido depois do Pix.

No entanto, o custo dessa forma de pagamento pesa bastante no orçamento da população. Em maio de 2025, os juros do cartão de crédito consumiram 9,86% da renda dos consumidores, o maior índice desde 2005.

Muitos desconhecem as taxas cobradas nas compras a crédito, o que dificulta o uso consciente do cartão. Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que 82% dos usuários do rotativo do cartão não sabem qual a taxa de juros mensal aplicada.

Além disso, 54% dos entrevistados não controlam seus gastos com cartão, enquanto 74% analisam tarifas e juros antes de adquirir o cartão. Porém, 19% não fazem essa análise.

Taxas

Atualmente, o crédito parcelado cobra cerca de 9% ao mês e 180% ao ano, valores inferiores a outras modalidades como rotativo e consignado, mas ainda assim impactantes. Para a estudante Maria Vitória Silva, as compras à vista geram a maior despesa na fatura, pois os juros sempre encarecem os produtos. Ela destaca que compara preços entre parcelas e à vista para evitar prejuízos.

Uma parte dos consumidores evita usar o cartão de crédito: 27% preferem pagar à vista para receber descontos; 25% fazem à vista mesmo sem vantagens; 19% citam as altas taxas; e 18% destacam a dificuldade de controlar gastos impulsivos.

Direitos do Consumidor

O Procon Pernambuco informa que não existem leis fixando valor mínimo para juros do cartão. A cobrança varia conforme modalidade e política interna das administradoras. A única regra clara é para o crédito rotativo, que não pode ultrapassar 100% da dívida, conforme a Lei nº 14.690/2023.

Matheus Vasconcelos, advogado especialista em direito do consumidor, alerta que juros superiores a uma vez e meia a taxa média divulgada pelo Banco Central são considerados abusivos. Ele recomenda que o consumidor busque auxílio para analisar contratos e faturas.

Outro direito importante é a informação clara e transparente sobre custos antes da contratação, incluindo valores, parcelas, juros mensais e anuais, e o custo efetivo total.

O consumidor pode contestar cobranças indevidas e tem direito à proteção contra tarifas abusivas e ao ressarcimento por danos causados por falhas no serviço.

Dicas para Economizar

O economista e consultor financeiro Tiago Monteiro sugere estratégias para evitar o acúmulo de juros:

  • Não encare o limite do cartão como renda extra;
  • Pague o total da fatura para não cair no crédito rotativo, o mais caro do mercado;
  • Mantenha o limite abaixo de 40% do salário mensal;
  • Evite parcelar compras não essenciais;
  • Escolha cartões sem anuidade, com ciclo longo e benefícios apropriados;
  • Evite comprar logo após o fechamento da fatura para ter mais tempo para pagar;
  • Negocie com lojistas novas formas de pagamento, mostrando ofertas online para obter descontos ou parcelamentos sem juros.

Por exemplo, é possível negociar o preço de um produto anunciado a R$ 6.000, mostrando uma oferta online de R$ 5.500, e fechar um acordo com parte no Pix e o restante em parcelas sem juros.

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