Economia
Como manter suas finanças em ordem e evitar dívidas em 2026
O fim do ano geralmente leva ao aumento do endividamento familiar, pois muitas pessoas recorrem ao crédito para cobrir os custos das festas e despesas dessa época.
Em janeiro, além das dívidas acumuladas em dezembro, gastos como IPTU, IPVA, matrículas escolares e seguros podem pesar no orçamento se não houver um planejamento financeiro adequado.
Segundo o Mapa da Inadimplência da Serasa, em janeiro de 2025, 74,6 milhões de brasileiros estavam endividados, um aumento de 2,4 milhões comparado a 2024. A proporção de famílias endividadas chegou a 79,5% até outubro de 2025, o maior índice histórico da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC.
Apesar disso, a participação em ações formais de educação financeira é baixa. Conforme a Pesquisa Global de Educação Financeira 2025 do Santander com o instituto Ipsos UK, apenas 27% dos brasileiros fizeram algum curso sobre finanças.
Por outro lado, 91% gostariam de ter aprendido sobre educação financeira na escola, apontando-a como a segunda disciplina mais importante, atrás apenas da matemática.
Mario Leão, CEO do Santander Brasil, destaca que a pesquisa mostra que o tema é uma necessidade da maioria da população.
Desafios e organização
Um dos relatos é de Renato Bezerra Pajeú, engenheiro mecânico e pai de dois filhos, que sente dificuldade para administrar as despesas escolares e não abrir mão dos presentes e confraternizações de fim de ano.
O educador financeiro Thiago Senna explica que a falta de planejamento é o principal motivo do aumento das dívidas. Ele ressalta que o fim do ano evidencia as consequências de não planejar, mas também é uma chance de ajustar os gastos.
Maria Goretti Padilha, engenheira civil, afirma que economizar para pagar impostos como IPVA e IPTU no início do ano é um grande desafio.
A psicóloga Roberta Corrêa aponta que os gastos durante as férias dos filhos são um item que pressiona o orçamento. Ela planeja seus pagamentos considerando o 13º salário, que ajuda a organizar melhor as despesas do início do ano.
Dicas para controle financeiro
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Registre todas as despesas e juros para ter um panorama claro do quanto se deve e negociar melhores condições com os credores.
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Estabeleça metas realistas, começando com objetivos pequenos e tangíveis, como poupar R$ 20 por semana para algum objetivo pessoal.
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Revise o orçamento mensalmente para ajustar os gastos conforme as mudanças nos objetivos financeiros.
Thiago Senna destaca que pequenas mudanças no dia a dia, como cancelar assinaturas desnecessárias, ajudam a liberar dinheiro para pagar dívidas regularmente.
Ferramentas tecnológicas, como aplicativos de finanças pessoais e recursos com inteligência artificial, são aliados importantes para gerenciar gastos e evitar surpresas financeiras.
Uso consciente do décimo terceiro
Segundo o DIEESE, cerca de 95,3 milhões de brasileiros receberão, em média, R$ 3.512,00 de décimo terceiro salário. No entanto, muitos cometem erros ao usá-lo sem planejamento.
Thiago Senna recomenda dividir o valor em partes para reservas, pagamentos e lazer, evitando gastos impulsivos.
Também sugere criar um fundo para despesas fixas e sazonais do início do ano, utilizando recursos como “caixinhas” bancárias para manter o controle financeiro.


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