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Economia

Como organizar os gastos das festas de fim de ano sem estourar o orçamento

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Com a chegada de novembro, inicia-se a preocupação em organizar as finanças para as despesas típicas do fim do ano, como ceia, presentes e confraternizações. Mesmo com as festividades, os gastos mensais continuam, e é importante planejar cuidadosamente todas as saídas financeiras.

Dados recentes apontam que as dívidas das famílias atingem 79,2%, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Isso mostra que grande parte do salário dos brasileiros já está comprometida, deixando pouco espaço para despesas extras.

Thiago Sena, educador financeiro, alerta que a falta de planejamento leva ao uso excessivo do crédito, principalmente do cartão de crédito, que se torna o grande inimigo nessa época do ano.

Cuidados com o cartão de crédito

“O cartão é útil quando usado com disciplina, mas pode se transformar em uma armadilha se empregado para gastos sazonais sem garantia de pagamento”, explica Thiago Sena. Parcelar despesas como a ceia de Natal ou presentes com base em rendas futuras incertas, como o 13º salário comprometido, é um risco. A regra é simples: só utilize o crédito se puder pagar a fatura integralmente.

Priorize e controle as confraternizações

O número de encontros sociais aumenta no fim do ano, e o equilíbrio financeiro depende tanto do tempo quanto do dinheiro disponível. Thiago Sena ressalta que, com orçamento apertado, nem todos os convites precisam ser aceitos, principalmente se os custos adicionais forem difíceis de arcar.

A vendedora Janaína Cristina da Silva enfrenta este desafio: para ela, a ceia de Natal é prioridade e feita em sua casa, o que gera despesas com comida, bebida e decoração. Para controlar os gastos, seleciona cuidadosamente as confraternizações que irá frequentar, dando preferência à do trabalho e avaliando o orçamento antes de confirmar presença em outras.

Planeje para evitar dívidas

No ano anterior, Janaína Cristina da Silva enfrentou dificuldades financeiras devido ao acúmulo de dívidas no cartão de crédito. Para este ano, reservou parte do salário de novembro para ajudar com os custos de dezembro e evitar o uso do cartão, buscando quitar débitos e evitar novos.

O economista e educador financeiro Rhaldney Piauilino ressalta que o maior erro nesta época é gastar como se o mês seguinte não existisse, comprometendo o início do ano com dívidas evitáveis.

Ele recomenda listar presentes, viagens e festas desejadas, estimar os custos e verificar se cabem no orçamento, priorizando pagamentos à vista para não começar o ano com parcelas acumuladas. Caso precise parcelar, avalie se as parcelas cabem no orçamento dos três meses seguintes.

Endividamento familiar em alta

Em janeiro de 2024, a taxa de famílias endividadas chegou a 78,8%, o maior índice desde novembro de 2022. Embora em janeiro deste ano tenha havido uma pequena redução para 76,1%, o patamar permanece alto.

Uso inteligente do 13º salário

Thiago Sena alerta que o 13º salário deve ser considerado uma renda extra, não uma extensão do salário mensal. Recomenda dividir o valor em três partes: para quitar dívidas, fortalecer reservas financeiras e lazer. Usar todo o 13º para gastar imediatamente compromete o começo do próximo ano.

Rhaldney Piauilino concorda e sugere uma divisão de 40% para dívidas/cobrir contas de janeiro, 30% para reservas financeiras e 30% para lazer e celebrações, ajustando conforme a situação pessoal.

Rhaldney também alerta para erros comuns, como confundir emoção com poder de compra, usar cartão de crédito como renda extra, ignorar gastos de janeiro, comprar por agradar e não por necessidade, e não monitorar os gastos. Para evitar isso, manter um orçamento, pagar à vista sempre que possível e estabelecer limites são essenciais. Saber dizer “não” é importante para a saúde financeira.

Black Friday com consciência

Antes das festas, a Black Friday oferece promoções, mas Thiago Sena aconselha agir com estratégia. Faça uma lista do que realmente precisa e acompanhe preços antes da data para evitar a chamada “black fraude”, onde descontos são falsos e induzem a comprar por impulso.

Rhaldney Piauilino recomenda priorizar compras e adquirir apenas o necessário. Se não compraria fora da promoção, o desconto não representa economia, mas um gasto disfarçado.

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