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Como será o julgamento de Bolsonaro e aliados no STF

No dia 2 de setembro, inicia-se o julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete de seus aliados pela tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022 por meios ilegais.
A sessão terá início às 9h, conduzida pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin. Após a abertura, o ministro chamará o processo para julgamento e dará a palavra ao relator Alexandre de Moraes, que apresentará um relatório resumindo todas as fases da investigação e o andamento do processo até a conclusão das alegações finais, última etapa antes do julgamento.
Concluída a leitura do relatório, serão ouvidas as manifestações da acusação e das defesas dos réus.
Esta ação penal aborda o núcleo central da trama investigada e será julgada pela Primeira Turma do STF, onde o relator Alexandre de Moraes atua.
O procedimento do julgamento segue o Regimento Interno do STF e a Lei 8.038 de 1990, que regulamenta os processos do tribunal.
Réus
- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice em 2022;
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
Acusação
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, será responsável por apresentar a denúncia, dispondo de até uma hora para expor os motivos para a condenação dos acusados.
Crimes
Os acusados respondem no STF pelos seguintes crimes:
- Organização criminosa armada,
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito,
- Golpe de Estado,
- Dano qualificado por violência e grave ameaça,
- Deterioração de patrimônio tombado.
Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, teve parte das acusações suspensas, respondendo apenas por três crimes, conforme previsto na Constituição.
Defesas
Após a acusação, os advogados dos réus serão chamados para sustentações orais, também com prazo de até uma hora para suas considerações.
Votação
O relator Alexandre de Moraes será o primeiro a votar, analisando questões preliminares, que incluem pedidos de nulidade, alegações de cerceamento de defesa, dentre outros, podendo o colegiado decidir sobre essas questões antes ou junto com o mérito.
Posteriormente, o ministro se manifestará sobre o mérito, opinando pela condenação ou absolvição dos acusados e determinando a pena, se for o caso.
Sequência dos votos
- Flávio Dino;
- Luiz Fux;
- Cármen Lúcia;
- Cristiano Zanin.
A decisão final será tomada pela maioria, precisando de no mínimo três dos cinco votos para condenação ou absolvição.
Pedido de vista
É possível que algum ministro solicite vistas para analisar melhor o processo, o que pode suspender o julgamento, mas o retorno deve ocorrer em até 90 dias.
Prisões
Em caso de condenação, as prisões não serão automáticas e dependem do julgamento dos recursos. Os réus militares poderão cumprir pena em regime especial, conforme legislação vigente.
Outros núcleos
A denúncia da trama golpista foi dividida em quatro núcleos pelo Ministério Público. O caso principal, envolvendo Bolsonaro e seus aliados mais próximos, será julgado primeiro. As outras ações seguem em fase final de alegações antes de serem levadas a julgamento ainda este ano.

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