Economia
Como usar o 13º salário para iniciar o ano sem preocupações
O 13º salário é um recurso bastante esperado que, se bem administrado, pode transformar a saúde financeira de quem o recebe. Por lei, a primeira parcela deve ser paga até 30 de novembro e a segunda, até 20 de dezembro, para trabalhadores regidos pela CLT, aposentados, pensionistas do INSS, beneficiários de auxílios temporários do INSS e servidores públicos.
A forma como esse valor é usado pode ser determinante para que ele se torne um apoio financeiro ou, ao contrário, a porta de entrada para dívidas. Esse benefício é uma importante ferramenta social e econômica, proporcionando ao trabalhador a chance de reorganizar suas finanças, aumentar seu poder de compra e pagar despesas anuais concentradas, melhorando a qualidade de vida da família.
Especialistas alertam que um erro comum é tratar o 13º como uma quantia extra para gastos supérfluos, como festas e presentes, esquecendo das contas futuras. Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostram que 30,5% das famílias brasileiras estavam com contas atrasadas em setembro, sendo 13% incapazes de pagar suas dívidas, muitas delas com altos juros.
Gestão Financeira
Administrar o 13º salário com sabedoria pode ajudar a diminuir dívidas, evitar novos débitos, fortalecer a reserva de emergência e impulsionar investimentos. Mas o benefício pode se tornar um problema se usado impulsivamente, por exemplo, para dar entrada em financiamentos que comprometem o orçamento do próximo ano.
A forma correta de usar o valor depende da situação financeira de cada pessoa, se possui dívidas ou está pronta para investir. Segundo o educador financeiro Thiago Senna, o passo inicial para quem está endividado é entender exatamente o montante devido, os credores e as taxas de juros envolvidas.
Senna recomenda que o 13º seja usado primeiramente para quitar dívidas com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial, buscando negociar com bancos em feirões de renegociação realizados nesta época do ano. Quitar dívidas à vista, mesmo que parcialmente, alivia as parcelas e abre espaço no orçamento.
Para quem já está organizado financeiramente, o valor pode ser destinado a investimentos e formação de reservas. O educador sugere o uso de “caixinhas” – subcontas virtuais oferecidas por bancos para separar o dinheiro por metas, evitando gastos impulsivos.
Opções de Investimento
Para objetivos de curto prazo ou reserva de emergência, indica-se aplicações com liquidez diária, como CDBs rendendo 100% do CDI ou caixinhas vinculadas a esses investimentos. Para metas com prazo definido, como viagens ou matrícula escolar, caixinhas com vencimento programado são ideais, evitando resgates antecipados e oferecendo melhor rentabilidade que a poupança.
Exemplo Prático
O gerente administrativo Raphael Miranda compartilha sua experiência de transformação na gestão do 13º. Depois de investir em educação financeira, passou a tratar o 13º como um recurso extra e estratégico, direcionando-o a investimentos, viagens e compras pontuais, sem comprometer suas despesas fixas que já estão previstas no orçamento mensal.
Raphael reforça a importância de ajustar o padrão de vida ao salário mensal, vendo o 13º como uma chance extra para conquistas e investimentos sem gerar dívidas.
Cuidados Essenciais
Evitar o uso descontrolado do cartão de crédito é fundamental. Thiago Senna aconselha gastar apenas o que estiver reservado no orçamento e usar o 13º para quitar ou antecipar faturas, reduzindo juros futuros. Sugere ainda configurar limites de cartão compatíveis com a renda e usar alertas para monitorar gastos, prevenindo surpresas.
Planejar é a palavra-chave para enfrentar o início do ano, período com despesas como IPTU, IPVA e material escolar. Para equilibrar quitar dívidas, investir e lazer, Senna indica uma divisão prática do 13º: 50% para pagar dívidas, 30% para investimento e 20% para consumo consciente e lazer.

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